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Entre a Glória e o Retorno: o que Jesus está fazendo agora?

Claudevan Almeida | 22/04/2025 15:59
Créditos: Divulgação
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Muitas vezes, ao meditarmos na vida de Jesus, pensamos com carinho em sua vinda humilde, sua caminhada entre os homens, seus milagres, sua morte sacrificial e sua gloriosa ressurreição. Também ansiamos por seu retorno triunfante, quando todo olho O verá. Mas, e entre esses dois momentos? O que Jesus está fazendo agora?

Essa pergunta pode parecer distante, mas a resposta toca diretamente nossa fé, nossa esperança e nossa caminhada diária. A Escritura nos revela que, após ser exaltado e assentado à direita do Pai, Jesus não entrou em repouso. Ao contrário, Ele iniciou uma nova fase de sua missão: enviou o Espírito Santo e intercede por nós sem cessar.

O derramar do Espírito, no Pentecostes, não foi apenas um evento histórico, mas um marco espiritual: Cristo glorificado nos envia o “Outro Consolador”, o Espírito da Verdade que habita em nós e nos conduz em todo o tempo. É a continuidade da presença divina entre os homens — agora não mais ao nosso lado, mas dentro de nós.

Além disso, Jesus se apresenta diante do Pai como nosso advogado. Ele mostra suas feridas eternas como prova viva de que fomos comprados com alto preço. Ele nos defende das acusações reais do inimigo, que conhece nossas falhas, mas ignora a graça que nos cobre.

Vivemos entre a exaltação e o retorno de Cristo. E neste “entre”, Ele segue ativo, fiel, presente e envolvido com cada um de nós. Que essa consciência nos desperte para uma vida no Espírito, marcada por arrependimento, confiança e gratidão.

Hoje gostaria de compartilhar uma reflexão sobre os dias e os momentos cruciais da morte e ressurreição de Jesus.

Ao longo do tempo, a tradição cristã popularizou a ideia de que Jesus teria morrido numa sexta-feira e ressuscitado no domingo. No entanto, a narrativa bíblica, quando observada sob a perspectiva do contexto hebraico e da contagem original dos dias (de pôr do sol a pôr do sol), revela algo diferente. Jesus morreu numa quarta-feira e ressuscitou ao entardecer de sábado, cumprindo literalmente as três noites e três dias que Ele mesmo profetizou.

Este ponto é fundamental para entendermos com mais profundidade a paixão e a ressurreição de Cristo. O “três dias e três noites” que Ele mencionou corresponde exatamente a esse período entre a quarta-feira e o sábado, se considerarmos a contagem hebraica dos dias.

Farei um breve relato, de acordo com a visão bíblica e o contexto hebraico, explicando como isso se encaixa perfeitamente com o que está registrado na Escritura.

Do Getsêmani à Glória: Amor, poder, promessa e presença.

Era a noite de terça-feira. No cenáculo em Jerusalém, à luz fraca de lamparinas, Jesus partia o pão — e Seu coração. Ao redor, os discípulos não compreendiam plenamente, mas Ele sabia: era a última ceia antes da cruz. Ao partir o pão, disse: “Isto é o Meu corpo.” Ao levantar o cálice: “Este é o sangue da nova aliança.”

Mesmo ciente da traição que se aproximava, Jesus se abaixou. Lavou os pés dos discípulos com mãos que logo seriam transpassadas. Até os pés de Judas receberam a água e a graça.

Mais tarde, no Jardim do Getsêmani, a alma do Salvador se angustiava até a morte. O Criador do universo se curvou ao chão e clamou: “Pai, se possível, afasta de Mim este cálice...” O peso do pecado do mundo esmagava Seu espírito. O suor se misturava ao sangue, caindo em terra como sementes de redenção.

Na madrugada de quarta-feira, a traição se concretiza. Um beijo — símbolo de afeição — usado como arma. Preso sem resistência, Jesus é levado para ser julgado por homens que já haviam decidido Seu veredito: Réu de morte. Zombado, cuspido, açoitado com crueldade que dilacerava Sua carne e revelava os ossos. “Como cordeiro foi levado ao matadouro... e não abriu a boca.”

O povo preferiu Barrabás. O Justo foi rejeitado. Os soldados O vestem com uma túnica escarlate, cravam espinhos em Sua cabeça, batem com caniços e zombam: “Salve, Rei dos Judeus!” Cada golpe era também nosso.

Na manhã de quarta-feira, a cruz é colocada sobre Seus ombros ensanguentados.

A via dolorosa foi marcada por quedas, suor e dor. O rosto coberto de sangue e poeira já não era reconhecível. Exausto, cai. Simão Cireneu o ajuda. Mesmo cambaleando, Jesus olha para as mulheres que choravam: “Não choreis por Mim...”

No Gólgota, pregaram Suas mãos e pés. O som dos cravos ecoou no céu. O madeiro foi erguido, e o mundo viu o Amor suspenso entre o céu e a terra.

Ali, na quarta-feira ao meio-dia, o céu se cobre de trevas. Três horas de silêncio e juízo. A criação estremece. O Pai desvia o rosto.

E toda a ira de Deus repousou sobre Ele. Jesus estava agora provando do pecado que não era dEle. Sobre Ele veio a confusão de alguém que não sabia mais o que fazer. Estava perdido como qualquer um de nós, quando nossos pecados estão sobre nós. Agora Ele provava da mais dura e terrível separação que existe: Deus o esmagou por causa dos nossos pecados.

Jesus clama: “Deus Meu, por que Me desamparaste?”

Carregava em Si não apenas a dor física, mas a separação espiritual. O castigo que nos trouxe a paz estava sobre Ele. E pelas Suas pisaduras fomos sarados.

Mesmo morrendo, Ele amou. Perdoou os que O crucificavam. Salvou o ladrão arrependido. Entregou Sua mãe a João. E por fim, bradou:

“Está consumado!”

“Pai, nas Tuas mãos entrego o Meu espírito!”

O Cordeiro morre. Mas ao morrer, vence.

E ainda naquela quarta-feira, antes do pôr do sol, é colocado no sepulcro. Começa ali o “grande sábado” (João 19:31), o primeiro dia dos Pães Asmos.

Quarta ao pôr do sol até quinta (1º dia/noite)

Quinta ao pôr do sol até sexta (2º)

Sexta ao sábado (3º)

Ao pôr do sol de sábado, ressuscita. Quando as mulheres vão ao túmulo no domingo de manhã, Ele já não está lá.

A cruz era só o começo. A exaltação veio em seguida.

Jesus, agora exaltado à direita do Pai, realiza Seu primeiro ato como Rei glorificado: envia o Espírito Santo. Em Atos 2.33, Pedro declara: “Exaltado... derramou isto que vedes e ouvis.” O Espírito, agora habita em nós. Jesus não nos deixou órfãos. Ele está conosco, por meio do Espírito que consola, transforma e glorifica o Filho.

E Ele intercede.

À direita de Deus, está Aquele cujas mãos ainda têm marcas. O sangue ainda fala. Quando o inimigo nos acusa com verdades duras, Jesus se levanta com uma verdade maior: o preço já foi pago. Ele é o nosso Advogado fiel, o Justo que defende injustos redimidos. Ele não apenas nos salvou — Ele continua a nos sustentar.

E hoje decidiu enviar o Espirito Santo para dentro de nós, agora jamais estaremos sozinhos. Obrigado Jesus! E a promessa de que voltará e nos transformará conforme seu corpo glorioso enche nosso coração de esperança e alegria. Maranata! Vem Senhor Jesus!

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