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A Fragilidade Humana e o Poder Divino: a Fé Começa Onde a Força Acaba

Claudevan Almeida | 14/04/2025 13:48
Créditos: Divulgação
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A fé não atua no âmbito das possibilidades. Não há glória para Deus naquilo que é humanamente possível. A fé começa quando as forças do homem se esvaem.” — George Müller

A vida nos ensina cedo que somos frágeis. A perda, a dor, as limitações — tudo isso revela o quão finitos somos.

O interessante é que muitas vezes tentamos driblar essa realidade humana — a de que somos finitos.

Jesus, quando esteve entre nós, carregava uma mensagem completamente oposta à negação da morte. Ele falava abertamente sobre a necessidade de sua entrega. O trigo seria esmagado para que a aliança do pão fosse proclamada. A carne seria dilacerada para que a aliança com seu corpo fosse estabelecida.

Havia um inimigo a ser vencido: a morte. E muitos não compreendem o motivo pelo qual ela passou a todos os homens. Mas Jesus sabia. Sua missão era clara: vencer a morte para nos reconduzir ao propósito eterno de Deus.

Sua cruz foi redentora. Substitutiva. Propiciatória. Sacrificial. Por meio dela, tornamo-nos novamente filhos, família de Deus — por meio do novo nascimento. E no fim de todas as coisas, na consumação dos tempos, viveremos a glorificação: onde não haverá mais dor, pranto ou coisa semelhante.

Mas enquanto estivermos neste mundo, as aflições fazem parte do caminho.

Tive, no entanto, o privilégio de conhecer, andar com, e receber esperança do Deus da vida desde muito jovem. E é sobre esses testemunhos que compartilho com vocês hoje.

Espero que sejam consolados e edificados na fé — como fui, e como continuo sendo.

Um Adeus Profético

Minha infância e o início da adolescência foram marcados por uma despedida que jamais esquecerei: a partida do meu avô. No entanto, esse adeus carregava algo mais profundo — uma intervenção divina que transformou dor em esperança, silêncio em promessa.

Como pastor, meu avô carregava um fardo: o de ver seus filhos longe dos caminhos do Senhor. Ele orava por salvação. Implorava por um sinal. E Deus respondeu.

Na solidão de uma UTI, meu avô recebeu uma revelação. Deus lhe prometeu que uma de suas filhas retornaria a Cristo como sinal de que os demais também seriam alcançados. E assim aconteceu. A mais nova da família, minha tia Sherley, decidiu reatar sua aliança com Deus. Com o coração em chamas, correu até a UTI e, em lágrimas, contou ao nosso avô sua decisão.

Com os olhos marejados e a alma aliviada, ele sussurrou:

— Deus me revelou que este seria o sinal. Agora posso partir em paz. Vá, minha filha, e diga aos teus irmãos que em breve serei recolhido pelo Senhor.

Naquela mesma noite, ouvi os sussurros adultos dizendo: “Ele vai partir.” E assim foi. Meu avô se despediu da terra com o coração cheio de esperança — deixando-nos o maior dos legados: a certeza de que Deus cuida dos Seus e cumpre Suas promessas.

A Escolha do Menor

O retorno da minha tia ao Senhor não foi apenas um consolo para o coração do nosso avô. Foi o início de um mover. Deus escolheu a menor da casa, a caçula, para começar a restauração.

Ela se tornou um canal de bênção. Uma mulher cuja vida espelhou o coração de Dorcas — servindo com amor, generosidade e fé. Sua transformação tocou a família, a igreja, e muitos que cruzaram seu caminho.

Mas neste ano, mais uma despedida nos visitou. A tia que um dia foi o sinal de uma promessa, agora partiu. A dor foi aguda, mas uma certeza nos envolvia: ela havia pedido descanso após a última batalha. E o Senhor, que vê o íntimo da alma, respondeu.

Assim como seu pai, ela partiu em paz. O céu a recebeu. A terra sentiu. Mas a fé permanece.

Amou Até o Fim

Poucas palavras descrevem melhor sua vida de minha tia Sherley do que estas: “Tendo amado os seus, amou-os até o fim.” (João 13:1)

Ela nos amou com altruísmo, com leveza, com intensidade. Nunca quis ser um fardo. Sempre foi abrigo. E, entre os muitos que ela amou, eu fui um deles. E sou grato por isso.

Hoje, sigo o mesmo caminho que ela ajudou a iluminar. Também sou o menor da minha geração que permanece nesta terra, mas carrego uma oração: que toda a nossa família conheça e experimente a esperança que temos em Cristo. Muitos já experimentam esta realidade e, espero a oportunidade de compartilhar o testemunho deles por aqui.

Onde a Força Falha, a Fé Começa

A fragilidade humana é inegável. O tempo desgasta o corpo, as lágrimas nos visitam, os sonhos por vezes desbotam. Mas é nesse lugar — no fim das forças — que a fé começa.

É aí que Deus se revela forte, presente, soberano.

O apóstolo Paulo entendeu: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.” (2 Coríntios 12:9)

A fé verdadeira floresce quando aceitamos que não conseguimos — e confiamos que Ele pode.

Existe um Clamor incessante: Intervém, Senhor!

A morte nos lembra que somos pó. Mas a fé nos lembra que não somos só isso. Somos eternos em Cristo. E essa esperança, que transcende o túmulo, nos impulsiona a caminhar.

Mas há um gemido no nosso espírito. Um grito por intervenção. Vivemos dias de trevas, de ausência. Olhamos ao redor e dizemos como Maria: “Senhor, se estiveras aqui, meu irmão não teria morrido.” (João 11:32)

Sim, desejamos Tua volta, Jesus.

O mundo não é mais o mesmo. A esperança parece rarear. As guerras aumentam. Os abraços esfriam. Mas há uma fome dentro de nós — não de comida, mas de Ti.

Nosso coração clama: intervém, Senhor!

Restaura, ajuda e transforma. Desperta o que dorme. Leva-nos de volta à realidade que o Teu Espírito deseja.

Sim, esperamos Tua volta, não apenas como escape, mas como cumprimento do amor que sempre nos sustentou. Nos lançamos aos teus pés. Queremos ver Teu rosto. Sentir Tua presença. Andar Contigo na plenitude da eternidade.

Para refletir:

Quando Maria chegou ao lugar onde estava Jesus, ao vê-lo, lançou-se-lhe aos pés, dizendo: Senhor, se estiveras aqui, meu irmão não teria morrido. João 11:32

Canção: "Se Você Estivesse Aqui" – Thamires Garcia (2021)

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