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Vitória de JHC: resultado previsível na disputa eleitoral em Maceió

Romero Vieira Belo | 08/10/2024 22:52
Prefeito JHC alcançou índice de votação inédito.jpg
Prefeito JHC alcançou índice de votação inédito.jpg

O resultado da eleição do domingo, em Maceió, representou um revés para o grupo político que comanda o Estado, mas não pode ser visto como ‘perda irreparável’ ou ‘desastre insanável’. Primeiro, porque o desfecho nas urnas ‘estrava escrito’. Segundo, porque a eleição do prefeito é sempre a ‘preliminar’ que antecede o jogo principal, ou seja, a definição do futuro governador, no caso, o sucessor de Paulo Dantas.

Esse é um dos ângulos do cenário, Outro, quase ignorado até pelos analistas, é que o grupo vencedor apenas estendeu o mandato conquistado em 2020. Pois os patronos políticos de Artur Lira (Benedito de Lira), JHC (João Caldas) e Rodrigo Cunha (Ceci Cunha) nunca conquistaram a Prefeitura de Maceió e muito menos o governo de Alagoas. Para se ter uma ideia: antes de JHC vencer a eleição de 2020, a turma que estava na oposição em 2024 conquistou 6 mandatos consecutivos e administrou a capital durante 24 anos seguidos: Kátia Born (8 anos), Cícero Almeida (8 anos) e Rui Palmeira (8 anos). O que está acontecendo, com a reeleição de JHC, é uma simples evolução da alternância de poder, sequência de um revezamento, algo próprio do jogo eleitoral.

Política é isso. O grupo político que comanda o Estado já teve Ronaldo Lessa (8 anos), Renan Filho (6 anos) e agora Paulo Dantas (6 anos). Tem tudo, força política, estrutura partidária, apoio do governo federal, maioria na Assembleia Legislativa, no Senado e nas Prefeituras e respaldo do governo Lula para fazer o próximo governador, em 2026, mas não quer dizer que vai se eternizar no poder. Isso não existe. A alternância é natural, tão natural que pode acontecer até mesmo por ‘exaustão’...

Agora, o panorama que se desenhou para a eleição do último domingo precisa ser levado em conta. Funcionou o imponderável. JHC sabe que a situação seria outra, não fosse pelo acordo fechado com a Braskem, que colocou à sua disposição R$ 1,7 bilhão.

Não significa que, sem os recursos originários da tragédia ambiental do Pinheiro o prefeito não se reelegeria. Era uma tendência natural, estava no cargo há 3 anos e meio, costurando apoios, atendendo eleitores. No entanto, vale ressaltar, sem o dinheiro repassado, os números certamente seriam outros, ainda que não fossem capazes de mudar o curso da vitória.

Bom, já o resultado da eleição no Estado mostrou a força do grupo governista e do MDB, mas é tema para outra abordagem.

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