Em entrevista, ontem (26/3), à rádio Massa FM, do interior do Paraná, Leonardo Rodrigues, sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e acusado de tentativa de golpe por participação nos atentados do dia 8 de janeiro de 2023, confessou ter fugido para a Argentina.
Conhecido como Léo Índio, o réu afirmou que estava no país havia 22 dias, após cobrar ação de aliados na defesa da anistia aos condenados.
“Infelizmente, eu acho que não existe prioridade, por mais que eu tenha escutado isso o tempo inteiro. ‘Ah, é prioridade da direita, do PL, dos partidos aliados, pautar a anistia’. Prioridade? São dois anos! Eu não passei pelo ‘momento de cadeia’, mas aqui tem pessoas que ‘passaram pelo momento de cadeia’. Fugiram, tiveram a oportunidade de fugir”, comentou. Ele afirmou ainda que existem mais de 500 "exilados" na Argentina.
Recurso negado
Com base no argumento de que Léo Índio não possui foro privilegiado e, portanto, não cabe ao STF analisar a acusação, a defesa tentou recorrer da decisão. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, a ministra Cármen Lúcia e o ministro Cristiano Zanin votaram para rejeitar o pedido. Com isso, a Primeira Turma formou maioria para manter o acusado réu por atos golpistas.
De acordo com a denúncia da PGR, o réu está sendo acusado por associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Embora ele tenha afirmado, na entrevista, que “não houve nenhuma imagem que me colocasse e me enquadrasse em nenhum desses crimes”, o próprio Léo Índio postou um vídeo dele nas redes sociais presente na manifestação violenta do dia 8 de janeiro. O julgamento virtual do recurso está previsto para terminar amanhã (28).