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Delegado de polícia é preso por vender bens apreendidos em operação

Correio Braziliense | 22/11/2024 00:29
Polícia Federal realiza operação para combater corrupção e lavagem de dinheiro em Humaitá/AM - (crédito: Divulgação PF/RO)
Polícia Federal realiza operação para combater corrupção e lavagem de dinheiro em Humaitá/AM - (crédito: Divulgação PF/RO)

Delegado da Polícia Civil do Amazonas e mais dois agentes públicos são alvo de investigação da Polícia Federal que apura corrupção e lavagem de dinheiro. Os suspeitos teriam vendido madeira e minérios apreendidos

Um delegado da Polícia Civil que atuou no município de Humaitá, no interior do Amazonas, foi preso nesta quinta-feira (21/11) suspeito de liderar um esquema criminoso para vender, de forma ilegal, bens apreendidos em operações policiais. Entre os itens comercializados de forma ilícita estão madeira e minérios. Segundo a investigação, pelo menos três toneladas de cassiterita, minério responsável para produção de estanho, que estavam sob custódia da Polícia Civil.

Os fatos investigados ocorreram entre 2021 e 2022. O Delegado que foi preso na operação desta quinta-feira, atualmente estava lotado em Manaus.

Para realizar a fraude, o delegado contava com a ajuda do secretário de Obras e de um advogado. Os envolvidos aproveitavam as posições de confiança para desviar e comercializar bens apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal e que eram encaminhados à Delegacia da Polícia Civil em Humaitá.

Em uma das ações criminosas, os agentes públicos pediam propina aos proprietários dos carregamentos apreendidos, através do advogado alvo da operação. Os proprietários faziam o pagamento da propina, e parte do dinheiro era destinado ao Delegado de Polícia investigado. Além disso, os envolvidos engavam o Ministério Público e o Poder Judiciário, simulando a destinação das apreensões à Secretaria Municipal de Obras em Humaitá, com a ajuda do com o secretário da pasta.

Os criminosos também usavam empresas de fachada para ocultar a origem dos valores ilícitos. O esquema gerou prejuízos significativos ao patrimônio público e ao meio ambiente.

Na Operação Triunvirato, deflagrada nesta quinta-feira (21/11), foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e 1 mandado de prisão preventiva além da determinação de sequestro de bens, que totalizam aproximadamente R$ 10 milhões As ações ocorreram simultaneamente em Manaus, Itacoatiara (AM) e Humaitá (AM), para colher provas e desarticular o grupo criminoso.

Os envolvidos responderão pelos crimes de peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com penas que poderão chegar a 34 anos de reclusão.

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (21/11) a Operação Triunvirato, com o objetivo de desarticular um esquema criminoso envolvendo a venda ilegal de bens apreendidos, como madeira e cassiterita, além de pagamento de propina e lavagem de dinheiro no município de Humaitá.

Em nota, a Polícia Civil do Amazonas informou que colabora com a investigação e que instaurou procedimento administrativo para investigar o caso. "O caso será encaminhado à Corregedoria-Geral do Sistema de Segurança Pública, que instaurará um procedimento administrativo para investigar de forma rigorosa todos os aspectos envolvidos na ocorrência", afirma a polícia.

Confira a nota da Polícia Civil do Amazonas na íntegra
A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) esclarece que não tolera qualquer tipo de irregularidade ou desvio de conduta por parte de seus servidores. Em relação à prisão de um delegado, a Instituição reforça seu compromisso com a transparência e assegura que as investigações seguirão todos os trâmites legais para apurar os fatos e as responsabilidades.

O caso será encaminhado à Corregedoria-Geral do Sistema de Segurança Pública, que instaurará um procedimento administrativo para investigar de forma rigorosa todos os aspectos envolvidos na ocorrência.

A PC-AM também informa que está colaborando ativamente com as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF), a fim de garantir a elucidação total dos fatos.

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