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Como será o tratamento de Whindersson Nunes após receber alta de clínica psiquiátrica

Istoé | 28/03/2025 14:19
Divulgação
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Notícia boa! O humorista Whindersson Nunes, de 30 anos, que se internou voluntariamente em uma clínica psiquiátrica em fevereiro para tratar da sua saúde mental, recebeu alta médica e deixou o hospital na quinta-feira, 27.

Por meio de uma foto no Instagram, Nunes apareceu fazendo careta para o espelho no elevador e legendou: “Lili cantou”.

Nos comentários, fãs comemoraram a recuperação do comediante. “O mundo te ama, girassol”, escreveu uma pessoa. “Glória a Deus”, desabafou outra. “Que Deus te abençoe nesse recomeço”, afirmou ainda uma terceira.

Internação

Há algum tempo enfrentando problemas com sua saúde mental, o humorista Whindersson Nunes, de 30 anos, decidiu internar-se em uma clínica psiquiátrica no interior de São Paulo, com o objetivo de buscar um ‘tratamento adequado’.

“O humorista se internou por decisão própria e com o devido acompanhamento médico. (…) O motivo da internação é o cuidado com sua saúde, buscando o tratamento adequado para seu bem-estar”, diz a nota publicada pela Non Stop Produções Artísticas.

A empresa responsável pelo gerenciamento da carreira de Whindersson ainda ressaltou que ele “tomou essa decisão visando o cuidado integral de sua saúde”.

“Ele está muito bem e feliz com sua evolução e, em breve, estará de volta aos palcos, fazendo o que mais ama”, diz o comunicado.

A nota ainda pediu que os fãs tenham compreensão e respeito, além de respeitarem a privacidade do humorista neste momento.

Vale lembrar que essa não é a primeira vez que Whindersson busca cuidados para tratar de sua saúde mental. Em entrevista a Rafinha Bastos, em 2021, o artista revelou que já havia sido internado por ser “uma pessoa depressiva.”

Desabafos sobre saúde mental

Whindersson Nunes sempre falou publicamente que sofre com problemas de saúde mental, que incluem depressão e ansiedade. Além de ressaltar os impactos que a fama causou na vida pessoal dele.

Em junho de 2024, o humorista utilizou as redes sociais para fazer um longo desabafo sobre saúde mental. Nunes relatou as razões pelas quais tentou tirar a própria vida, com o objetivo de ajudar quem está na mesma situação em que ele já esteve.

“Hoje, às 20h, eu boto aqui meu relato sobre a minha única tentativa de suicídio, os porquês, onde, como, com o que, doa a quem doer”, escreveu.

Whindersson publicou um fio, em que trouxe detalhes sobre o período difícil, em que sofria de depressão. A largada da publicação foi dada com um alerta de gatilho, em que o artista garantiu que tentaria cuidar com as palavras utilizadas na sequência. Ao mesmo tempo, ele informou que tentaria ser bastante direto no relato, defendendo a intenção de ajudar.

“No fatídico dia, pra vocês saberem, eu não estava triste, não era dia de discussão no Twitter, não era dia de desabafo, era um dia normal, mas eu tava indignado com uma notícia mesmo que vi aqui no Twitter, na época era esse nome ainda”, escreveu o piauiense, deixando claro que as ex-companheiras, Luísa Sonza e Maria Lina, não tiveram culpa ou responsabilidade alguma sobre o ocorrido.

Conforme a publicação, a tentativa se deu de maneira impulsiva, com o uso de uma arma de fogo de um amigo. Whindersson contou que, no momento, a arma não funcionou.

Ele concluiu o desabafo indicando aos que identificam a necessidade de ajuda, que procurem médicos especializados e terapias. “Nem todos têm condição de ficar de psiquiatra em psiquiatra. Caso você possa, encontre alguém com um olhar de cura mesmo. Desejo muito que você curta esse mundo que, além de muita podridão, tem muita coisa massa”, desejou o influenciador.

Ao final, ele acrescentou: “Minha mensagem pra você que, assim como eu, é um sobrevivente, é que depois que parei de pensar nas coisas daqui, e passei a pensar no outro plano, ficou mais fácil levar a vida, dinheiro não vai, casa, tênis, nada, muito menos o tempo que você perdeu em não usar o seu talento para ajudar alguém.”

Vida pós-clínica psiquiátrica

A reportagem de IstoÉ Gente conversou com o psicólogo Alexander Bez, que explica e analisa como será o tratamento de Whindersson Nunes após receber alta da clínica psiquiátrica.

Quando falamos em internação, existem dois tipos principais. Há as internações psicológicas, que requerem mais apoio e cuidados, especialmente paliativos, pois o fator envolvido é psicológico e não necessariamente psiquiátrico. Essas internações diferem consideravelmente das psiquiátricas, que são o nosso foco aqui. No caso dele, a internação teve uma conotação mais psiquiátrica, já que os sintomas eram mais graves.

O tratamento, no entanto, é relativamente simples. O primeiro passo é identificar a patologia envolvida. Se não me engano, foi depressão, com manifestações ou sintomas depressivos. Quando falamos em sintomas depressivos, é importante ressaltar que há um risco de recorrência, sendo essencial estar sempre atento aos sinais.

Não me recordo se, no caso dele, houve o uso de substâncias ilícitas. Isso é um ponto importante, pois o uso de drogas pode agravar qualquer quadro psiquiátrico. Nesse caso, falamos em “duplo diagnóstico”, uma terminologia psiquiátrica que se refere à presença de um transtorno psicológico ou psiquiátrico pré-existente ou em desenvolvimento, associado ao uso de substâncias. Isso pode levar a manifestações mais severas.

Se ele não tem depressão diagnosticada nem histórico de uso de substâncias, mas ainda assim precisou de internação, é necessário investigar a causa subjacente. Internações psiquiátricas sempre têm um motivo clínico. Se ele entrou na clínica sem um diagnóstico formal, é essencial que tenha saído com um “psicodiagnóstico”, que servirá para orientar os cuidados necessários após a alta.

A recorrência dos sintomas varia conforme o tipo de transtorno, mas alguns hábitos básicos ajudam na recuperação e prevenção de novas crises:

  1. Sono de qualidade: Fundamental para a saúde mental. O ideal são 7 a 8 horas por noite.

  2. Alimentação balanceada: Proteínas, especialmente carne vermelha, são essenciais, pois fornecem vitaminas do complexo B e D, que ajudam na prevenção da depressão. Apesar de haver uma tendência mundial contra o consumo de carne, estudos mostram seus benefícios tanto para a saúde mental quanto para a saúde física.

  3. Atividade física: A prática de exercícios, especialmente musculação e atividades aeróbicas, tem eficácia comprovada no combate a doenças neurológicas e transtornos psiquiátricos. Esse efeito já foi corroborado por associações médicas, como a Associação Americana de Neurologia e a Associação Americana de Psiquiatria.

Essas três medidas fazem parte do tratamento pós-clínica e devem ser seguidas com rigor. Além disso, a psicoterapia e o uso de medicações prescritas, como antidepressivos e ansiolíticos (se for o caso), são fundamentais para a manutenção da saúde mental.

De maneira geral, cerca de 90% das internações psiquiátricas são decorrentes da depressão, enquanto os outros 10% estão relacionados a quadros psicóticos. Independentemente da condição específica, a conduta terapêutica costuma incluir sono adequado, alimentação equilibrada, exercícios físicos, medicação e psicoterapia.

Procure ajuda

Caso você esteja enfrentando alguma situação de sofrimento intenso ou pensando em cometer suicídio, pode buscar ajuda para superar este momento de dor. Lembre-se de que o desamparo e a desesperança são condições que podem ser modificadas e que outras pessoas já enfrentaram circunstâncias semelhantes.

Se não estiver confortável em falar sobre o que sente com alguém de seu círculo próximo, o Centro de Valorização da Vida (CVV) presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato. O CVV (cvv.org.br) conta com mais de 4 mil voluntários e atende mais de 3 milhões de pessoas anualmente. O serviço funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados), pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil (confira os endereços neste link).

Você também pode buscar atendimento na Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua casa, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), no telefone 192, ou em um dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do Estado. A lista com os endereços dos CAPS do Rio Grande do Sul está neste link.

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