Uma pesquisa liderada por um time de cientistas da Califórnia, EUA, obteve sucesso em uma conversa entre humanos e uma baleia jubarte. Foram utilizadas inteligência artificial (IA) avançada e um tipo de tecnologia subaquática sofisticada nos testes. A equipe liderada pela doutora Brenda McCowan, da Universidade de Califórnia Davis, presente no projeto Whale-SETI, reproduziu um chamado de contato gravado de uma baleia jubarte por meio de alto-falantes – o teste foi conduzido na costa do Alasca.
Em resposta ao “chamado”, um dos animais, apelidado Twain, se aproximou do barco de pesquisa e respondeu, iniciando uma conversa que durou cerca de 20 minutos. “Acreditamos que esta seja a primeira troca comunicativa entre humanos e baleias jubarte na ‘linguagem’ jubarte”, disse McCowan.
As baleias jubarte são conhecidas por sua inteligência, elas podem atingir cerca de 18 metros e pesar até 40 toneladas. Sua capacidade cognitiva permite que elas passem por longas viagens e aprendam técnicas de sobrevivência e comunicação sofisticadas, como bolhas para captura de presas e cantos específicos. Por essas razões a espécie marinha foi escolhida para os testes, já que há um interesse crescente sobre seus métodos de transmissão de mensagens.
Usando o algoritmo gerado pela IA o time de pesquisadores conseguiu identificar que a baleia estava emitindo um chamado de saudação. Após o primeiro contato os especialistas seguem expandindo o estudo, adicionando mais instrumentos tecnológicos que possam identificar os significados das conversas. O principal foco da investigação segue sendo a detecção da complexidade da comunicação desses animais e outros possíveis sinais comunicativos.
Os especialistas da Whale-SETI estão explorando não só os chamados vocais como os não-auditivos, como os anéis de bolhas que elas criam – as novas descobertas nesta área podem representar um grande salto no conhecimento biológico.
As descobertas vão além da vida marinha e seu comportamento, elas abrem novos caminhos para a compreensão do conhecimento animal e de seu grau de cognição – o estudo pode se expandir para diversas outras espécies. Seu impacto se mostra tão promissor que a organização recebeu financiamento do Diverse Intelligences Program da Templeton Foundation, que busca investir em abordagens inovadoras de estudos sobre a inteligência em diversas áreas.
Os cientistas ressaltam que quanto mais achados sobre a vida terrestre forem feitos, há uma maior probabilidade de explorações certeiras sobre as formas de vida fora do planeta Terra – o entendimento de uma linguagem não humana, elucida a possibilidade de que podemos não ser a única vida inteligente no universo. As pesquisas também reforçam a necessidade de preservação dos ecossistemas e contenção dos efeitos humanos em atividades catastróficas para o meio ambiente.