
China anuncia nova retaliação e tarifas adicionais de 84% sobre produtos dos EUA
A China adotará tarifas de 84% sobre produtos norte-americanos a partir de quinta-feira, acima dos 34% anunciados anteriormente, informou o Ministério das Finanças nesta quarta-feira, 9. A retaliação ocorre após entrada em vigor da taxação de 104% nos Estados Unidos sobre as importações da China.
“A China insta os EUA a corrigirem imediatamente suas práticas equivocadas, a cancelarem todas as medidas tarifárias unilaterais contra a China e a resolverem adequadamente as diferenças por meio de um diálogo igualitário, baseado no respeito mútuo”, diz a nota.
A China disse à Organização Mundial do Comércio (OMC) nesta quarta-feira que a decisão do governo Trump de impor tarifas recíprocas a Pequim ameaça desestabilizar ainda mais o comércio global.
“A situação se agravou perigosamente. Como um dos membros afetados, a China expressa séria preocupação e firme oposição a esse movimento imprudente”, disse a China em uma declaração à OMC.
EUA falam em decisão ‘lamentável’
A decisão da China de impor tarifas retaliatórias é lamentável e uma proposta perdedora para Pequim, disse o secretário de Tesouro dos EUA, Scott Bessent, nesta quarta-feira.
“Acho lamentável que os chineses realmente não queiram vir e negociar, porque são os piores infratores no sistema de comércio internacional”, declarou Bessent em entrevista à Fox Business Network.
Outras cartas nas mãos da China
Segundo a agência Reuters, o banco central da China não permitirá quedas acentuadas do iuan e pediu aos principais bancos estatais que reduzam as compras de dólares norte-americanos, disseram pessoas com conhecimento direto do assunto.
A diretriz das autoridades ocorre em um momento em que o iuan enfrenta forte pressão de queda.
O Banco Popular da China enviou a orientação aos bancos estatais nesta semana, pedindo-lhes que retenham as compras de dólares norte-americanos para suas contas proprietárias, disseram três fontes. Os grandes bancos também foram instruídos a aumentar as verificações ao executar ordens de compra de dólares para seus clientes, disse uma delas, em um movimento que os mercados interpretam como uma forma de o banco central restringir as negociações especulativas.