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UE corre para conquistar apoio da Itália para evitar colapso de acordo comercial com Mercosul
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Brasil/Mundo

UE corre para conquistar apoio da Itália para evitar colapso de acordo comercial com Mercosul

Redação com web

A Alemanha e a Comissão Europeia fazem uma última ofensiva para convencer a Itália a apoiar o acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul, que corre risco de fracassar se não for assinado ainda este ano. Com resistência de países como França e Polônia, a Itália tornou-se peça-chave, enquanto defensores veem o pacto como estratégico para reduzir dependência da China e dos EUA, e críticos temem prejuízos aos agricultores europeus.

A Alemanha e o Executivo da União Europeia (UE) estão fazendo uma última tentativa para convencer a Itália a apoiar um acordo de livre comércio com o Mercosul, que fracassará se não for assinado em breve, disse um importante parlamentar da União Europeia nesta terça-feira, 16.

Um pacto comercial com o Mercosul, que vem sendo elaborado há cerca de 25 anos, seria o maior da UE em termos de cortes tarifários.

Alemanha, Espanha e os países nórdicos afirmam que o acordo ajudará as exportações atingidas pelas tarifas comerciais dos Estados Unidos e reduzirá a dependência da China, fornecendo acesso a minerais. Mas os críticos temem que commodities baratas inundem o mercado europeu, incluindo a carne bovina, em detrimento dos agricultores europeus.

Com a Polônia se opondo totalmente e a França pressionando por um adiamento, o lobby se concentrou na Itália. O chefe do comitê de comércio do Parlamento Europeu, Bernd Lange, disse à Reuters que isso incluiu uma reunião no final da segunda-feira entre a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, o chanceler alemão, Friedrich Merz, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Parlamentares da União Europeia passaram a defender controle mais rígidos sobre as importações de produtos agrícolas, potencialmente atendendo às reclamações dos críticos do acordo.

“Se a Itália não estiver a bordo, acabou. Espero que hoje tenhamos uma visão um pouco mais clara”, disse ele em uma entrevista.

Meloni e o presidente francês, Emmanuel Macron, aparentemente concordaram em adiar a votação, de acordo com duas fontes familiarizadas com a discussão.

A UE e o Mercosul — formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai — firmaram um acordo em princípio em dezembro passado.

Von der Leyen pretende ir ao Brasil para assiná-lo neste fim de semana, mas precisa da aprovação do Conselho, o grupo de governos da UE. Para bloqueá-lo, é necessária a oposição de quatro nações da UE, que representam 35% da população, e os diplomatas acreditam que é inevitável que outra nação, como a Hungria, discorde.

Lange disse acreditar que o acordo entrará em colapso se não for assinado este ano.

“Os países do Mercosul estão ficando sem paciência. Se não for possível assinar agora, a janela de oportunidade se fechará e eles procurarão países que não nos agradam”, disse ele.

“Estamos no caminho certo, mas tenho minhas dúvidas sobre o que está acontecendo no Conselho.”

Parlamentares da UE deveriam votar ainda na terça-feira sobre o fortalecimento das salvaguardas para os agricultores em um possível acordo com o Mercosul — um ponto-chave para a França.

Redação com web

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