UE chega a acordo para aplicar novas sanções ao Irão
A União Europeia decidiu aplicar novas medidas contra Teerão pelo fornecimento de drones à Rússia para uso na guerra da Ucrânia. De acordo com a Chéquia, país que tem neste momento a presidência rotativa da UE, os líderes europeus decidiram congelar os bens de três indivíduos e de uma entidade.
No Twitter, a presidência checa salienta que estas sanções foram aprovadas “em tempo recorde”.
“Depois de três dias de conversações, os embaixadores europeus concordaram sobre as medidas a aplicar às entidades que fornecem drones iranianos que atingem a Ucrânia”, adianta ainda a atual presidência da UE.
As sanções vão entrar em vigor ainda esta tarde, ao serem publicadas no jornal oficial da União Europeia.
De acordo com a presidência da Chéquia, os estados-membros decidiram “congelar os bens de três indivíduos e de uma entidade responsáveis pela entrega de drones”.
“A União Europeia também está preparada para estender as sanções a mais quatro entidades iranianas que já constavam numa lista anterior de sanções”, acrescenta a presidência europeia.
Os líderes europeus acusam a Rússia de recorrer a drones iranianos para atingir alvos civis na Ucrânia.
Na segunda-feira, o presidente da Comissão Europeia, Josep Borell, tinha indicado que a União Europeia estava à procura de “evidências concretas” da participação do Irão na guerra na Ucrânia.
Desde agosto que as autoridades ucranianas acusam o Irão de fornecer drones Shahed-136 ao Exército russo, também designados como "drones kamikaze".
No final de setembro, a Ucrânia retirou as credenciais do embaixador iraniano em Kiev e anunciou uma redução significativa da presença diplomática iraniana. Entretanto, a diplomacia ucraniana propôs ao presidente o corte de relações diplomáticas entre os dois países, na sequência dos ataques que ocorreram no início da semana.
Na segunda-feira, a Ucrânia acusou a Rússia de atacar Kiev com "drones kamikaze" de origem iraniana que atingiram um prédio residencial. Pelo menos três pessoas morreram.
Teerão já veio reiterar que não teve qualquer interferência ou envolvimento nestes ataques.
"As notícias publicadas (...) têm ambições políticas e estão a ser divulgadas por fontes ocidentais. Não estamos a fornecer armas a nenhum dos países em guerra", indicou na segunda-feira o porta-voz do Ministério iraniano dos Negócios Estrangeiros, Nasser Kanaani.