Advogado de Bolsonaro diz que ex-presidente não queria fugir quando tentou violar tornozeleira
" Interagir com a tornozeleira"
O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, disse em entrevista à Globo News que o ex-presidente não queria fugir da prisão domiciliar quando tentou violar a tornozeleira eletrônica usando ferro de solda.
"Você simplesmente interagir com a tornozeleira não significa, não equivale a dizer que você pretendia fugir. A fuga seria uma estrutura complexa. Se ele pretendesse fugir, ele iria cortar a tornozeleira e não simplesmente passar um ferro de solda para ver o que tinha dentro da caixinha do dispositivo da tornozeleira. Não faz sentido isso, ele não teria como fugir".
O advogado ainda reforçou a tese apresentada pela defesa ao Supremo Tribunal Federal de que o ex-presidente sofreu um surto quando tentou retirar a tornozeleira eletrônica achando que estaria sendo monitorado pelo equipamento.
O advogado, Paulo Cunha Bueno, também comparou a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro com o ex-presidente Fernando Collor de Melo, que está em prisão domiciliar em Maceió. Hoje o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu a visita da esposa Michele Bolsonaro e também do filho vereador Jair Renan, que está preso na superintendência da Polícia Federal em Brasília desde sábado, cumprindo a pena de 27 anos e 3 meses de prisão pela condenação por envolvimento na trama golpista.
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O ex-presidente Jair Bolsonaro. — Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Michele e Jair ficaram cerca de meia hora a cada com Jair Bolsonaro, tempo de visita que foi estabelecido pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal. Nas redes sociais, depois de ver o marido, Michele reclamou desse tempo. Ela disse que no domingo, quando foi até a superintendência pela primeira vez, ela pôde ficar duas horas.
Já hoje, nesta quinta, apenas 30 minutos, escreveu Michele em uma rede social.
Ao sair da Polícia Federal, Jair Renan reclamou dizendo que o pai teve crise de soluços e está se sentindo injustiçado e fragilizado. Jair Renan afirmou ainda que não debateu sobre política com o pai, embora a família venha reforçando aquele apelo ao Congresso pelo projeto de lei da anistia aos envolvidos nos ataques do 8 de janeiro.
A defesa do ex-presidente encaminhou ainda a resposta ao Supremo Tribunal Federal sobre o uso de celular pelo deputado Nicolas Ferreira ao visitar o ex-presidente enquanto ele estava na prisão domiciliar. Os advogados disseram que o ex-presidente Bolsonaro cumpriu estritamente todas as medidas cautelares impostas pelo Supremo.