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Mais de 200 cirurgias para correção de língua presa são realizadas em um ano no Hospital da Mulher
Divulgação
Saúde

Mais de 200 cirurgias para correção de língua presa são realizadas em um ano no Hospital da Mulher

Assessoria

O Hospital da Mulher Dra. Nise da Silveira (HM), localizado no bairro Poço, em Maceió, realizou 240 frenotomias para correção da língua presa, também chamada de anquiloglossia. O procedimento é feito nos recém-nascidos e vem sendo realizado pela maternidade da unidade hospitalar desde agosto de 2022, portanto, há um ano.

Com uma média de 20 frenotomias mensais, o HM garante intervenção precoce aos bebês, prevenindo, assim, a ocorrência de problemas futuros no desenvolvimento da criança. Isso porque, a anquiloglossia limita os movimentos funcionais da língua e, de acordo com estudo em nível de doutorado da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), publicado em 2022, a prevalência pode chegar a 8% dos bebês menores de um ano. Segundo especialistas, essa alteração pode gerar consequências graves, como dificuldades na alimentação, na fala, nas habilidades sociais e na saúde bucal.

A frenotomia é o corte do frênulo da língua do bebê, quando ele nasce com o freio lingual muito curto, segundo explica a cirurgiã dentista da maternidade do HM, Nicole Barros. “A gente realiza um trabalho multidisciplinar envolvendo tanto a odontopediatria hospitalar, como a fonoaudiologia e a equipe médica. Nós realizamos uma avaliação inicial dos recém-nascidos aqui na maternidade e fazemos o teste da linguinha, para avaliar se há necessidade da frenotomia. Em caso positivo, realizamos aqui mesmo o procedimento”, disse a especialista.

A cirurgiã dentista da maternidade do HM afirmou que o procedimento é rápido e indolor e o bebê já inicia a amamentação imediatamente após a frenotomia. De acordo com ela, o procedimento é essencial para sustentar a pega durante a amamentação, já que os movimentos da língua são essenciais para a extração do leite materno.

Exemplo

O pequeno Ravi veio ao mundo no último dia 1º de agosto, depois de 37 semanas de gestação. Com apenas dois dias de nascido, já realizou a frenotomia, conforme narra sua mãe, Rebeca Valéria Monteiro, de 40 anos. “Ele é meu primeiro filho e descobrimos que ele tinha a língua presa porque não estava conseguindo mamar. Eu fiquei com um pouco de medo, mas é claro que eu permiti o procedimento, pela saúde e bem-estar do meu bebê”, afirmou.

De acordo com a mãe, apesar do receio em autorizar o procedimento, uma vez que seu filho estava com apenas dois dias de nascido, a confiança passada pela equipe multidisciplinar da maternidade do HM foi fundamental para a liberar a frenotomia em Ravi. “Foi rapidinho e assim que acabou ele já veio para o meu peito e já conseguiu mamar! Agora ele está conseguindo se adaptar bem à amamentação! Foi ótimo!”, concluiu Rebeca.

Prevenção de Prejuízos

Fabiane Menezes, coordenadora do Serviço de Fonoaudiologia do HM, esclareceu que as equipes multiprofissionais identificaram a prevalência relativamente alta de recém-nascidos com anquiloglossia no HM, por meio de busca ativa. Segundo ela, essa é uma estratégia de investigação e possível detecção de doenças e agravos, com o intuito de diagnosticar e adotar as medidas preventivas.

A fonoaudióloga afirmou, ainda, que a anquiloglossia é prejudicial desde a amamentação. “A frenotomia é capaz de prevenir o desmame precoce, o ingurgitamento mamário, fissuras na mama, dor persistente no mamilo da lactante, perda de peso dos bebês, a até mesmo problemas futuros com relação à deglutição, mastigação e fala”, concluiu Fabiane Menezes.

Para o secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, a frenotomia é um exemplo de que pequenas iniciativas podem proporcionar qualidade de vida e fazer a diferença para os usuários. "É um procedimento simples, cuja necessidade é detectada ainda na maternidade, e que impacta no bem-estar da mãe e do bebê, que não sofrerá com problemas ao longo da vida, seja quanto a deglutição dos alimentos e a fala", ressaltou o gestor da saúde estadual.

Assessoria

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