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Incógnita em voto de Fux aumenta tensão antes de retomada de julgamento de Bolsonaro
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Brasil/Mundo

Incógnita em voto de Fux aumenta tensão antes de retomada de julgamento de Bolsonaro

Istoé

A retomada do julgamento da trama golpista na próxima terça-feira, 9, pairará sobre o voto do ministro Luiz Fux, considerado a incógnita do caso até o momento. Nos corredores do Supremo Tribunal Federal (STF), há expectativas divergentes sobre o parecer do ministro, que pode condenar, ou não, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Durante o processo, Fux deu indícios de que poderia votar contra a condenação do ex-presidente, acusado de liderar um grupo que articulou um plano golpista após a derrota nas eleições de 2022. Em abril, durante a análise da denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-presidente do STF afirmou que votaria pelo acolhimento, mas que iria fiscalizar de perto a tramitação do processo. 

A declaração veio acompanhada de críticas à pena dada a Débora Rodrigues, cabeleireira condenada por pichar a estátua em frente ao STF nos ataques de 8 de janeiro. A Corte a condenou à 14 anos de prisão por golpe de Estado e mais quatro crimes, mas Fux apontou exageros na sentença e defendeu uma pena mais branda

Em paralelo, o ministro foi para o embate com Moraes ao votar contra medidas cautelares a Bolsonaro, quando o ex-presidente foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica e proibido de usar as redes sociais. Fux entendeu não haver justificativas e nem demonstração concreta de ilegalidades para a imposição das restrições. 

Por outro lado, advogados de defesa dos réus apostam no resultado unânime na Primeira Turma para a condenação de Bolsonaro e dos outros sete réus. Eles veem Fux optando por uma pena mais branda que o previsto. Respondendo por cinco crimes, o ex-presidente poderá pegar até 43 anos de prisão, porém, os defensores calculam uma sentença de 25 a 30 anos de detenção. 

Fux será o terceiro a apresentar seu voto no julgamento, entre terça e quarta-feira, 10. Antes, votam os ministros Alexandre de Moraes, relator do processo, e Flávio Dino. Por fim, será a vez da ministra Cármen Lúcia e do presidente da Turma, ministro Cristiano Zanin.

O julgamento deve ter seu fim apenas na sexta-feira, 12, com a pena que será aplicada a cada um dos réus.

Istoé

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