
Favorito na disputa do Oscar 2026: a trajetória de sucesso de Wagner Moura
Destaque
O ator Wagner Moura é um dos principais candidatos ao prêmio de Melhor Ator no Oscar 2026, segundo a revista americana Variety. O destaque vem de sua atuação em O Agente Secreto, dirigido por Kleber Mendonça Filho, que já recebeu diversos prêmios internacionais, incluindo o Festival de Cannes, onde Moura foi eleito Melhor Ator e Mendonça Melhor Diretor.
Clayton Davis, editor da Variety e conhecido por ter antecipado a vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro 2025, coloca Moura à frente de concorrentes como Leonardo DiCaprio (Uma Batalha Após A Outra), Dwayne Johnson (Coração de Lutador), Timothée Chalamet (Marty Supreme) e Ethan Hawke (Blue Moon).
Além de figurar entre os favoritos na categoria de atuação, o filme brasileiro também é apontado como forte candidato a prêmios de melhor direção, roteiro original e melhor filme.
O enredo do filme
Ambientado no Recife de 1977, ‘O Agente Secreto’ acompanha Marcelo, um especialista em tecnologia que retorna à cidade em busca de tranquilidade, mas se vê diante de um passado obscuro e de um ambiente nada acolhedor.
O elenco ainda conta com Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Isabél Zuaa e Alice Carvalho. A estreia nos cinemas brasileiros está prevista para 6 de novembro.
Assista ao trailer:
Reconhecimento internacional
Na última sexta-feira, 26, Moura recebeu o Golden Eye Award durante o Festival de Zurique, na Suíça, tornando-se o primeiro ator sul-americano a conquistar a honraria. Em vídeo divulgado pelos organizadores, ele afirmou:
“Esse reconhecimento vai além de mim e do meu trabalho; é uma homenagem ao cinema sul-americano, e me enche de orgulho.”
O diretor Kleber Mendonça Filho também destacou Moura: “É alguém que admiro profundamente, um grande amigo. Ele é carismático, um ator de primeira e uma pessoa incrível. Um pacote completo.”
A trajetória de sucesso de Wagner Moura
Wagner Maniçoba de Moura nasceu em 27 de junho de 1976, em Salvador, Bahia. Sua trajetória artística ganhou impulso no ano 2000, quando atuou na peça A Máquina, experiência que marcou o início de sua consolidação como um dos grandes nomes do cinema e da televisão brasileira.
Filho de um sargento da Aeronáutica, passou a infância e parte da adolescência em constante mudança de cidade, chegando a viver no Rio de Janeiro. Nos tempos de escola, não se sentia integrado entre os colegas, que o apelidavam de “óvni”. Foi nesse contexto que encontrou no teatro uma forma de expressão: ao acompanhar uma amiga em aulas de artes cênicas, descobriu uma paixão que mudaria sua vida.
Apesar desse interesse precoce, Moura formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Trabalhou por um tempo no jornal Correio da Bahia e chegou a abrir uma pequena assessoria de imprensa, que acabou não prosperando. Paralelamente, manteve-se no teatro, participando de produções locais e comerciais, o que pavimentou o caminho para uma carreira profissional.
O cinema entrou em sua vida no início dos anos 2000. Seu primeiro papel de destaque foi em Abril Despedaçado (2001), dirigido por Walter Salles. Pouco depois, apareceram convites para filmes importantes, como Deus é Brasileiro e O Homem do Ano (2003), além de uma participação em Carandiru.
Com o reconhecimento crescente, passou também para a televisão. Em 2007, brilhou na novela Paraíso Tropical, no mesmo período em que protagonizou Tropa de Elite. O filme se tornou um fenômeno cultural no Brasil e apresentou Moura ao público internacional. Ainda naquele ano, participou de produções como Saneamento Básico e Ó Paí, Ó, ao lado do amigo e também ator Lázaro Ramos.
Nos anos seguintes, diversificou sua filmografia, atuando em gêneros variados. Entre eles, destacam-se a comédia romântica O Homem do Futuro e Tropa de Elite 2 — este último, responsável por atingir a maior bilheteria da história do cinema nacional na época.
A projeção internacional ganhou força em 2013, com sua participação em Elysium, contracenando com Matt Damon. Mesmo em um papel secundário, o trabalho foi determinante para abrir novas oportunidades. O grande divisor de águas, no entanto, veio em 2015, quando viveu Pablo Escobar na série Narcos, da Netflix. Para o papel, Moura aprendeu espanhol e passou por uma transformação física intensa, o que lhe rendeu aclamação mundial e até uma indicação ao Globo de Ouro. O convite surgiu por intermédio de José Padilha, diretor de Tropa de Elite, que também expandia carreira em Hollywood.
Além da atuação, Wagner Moura se aventurou atrás das câmeras. Em 2019, dirigiu o longa Marighella, marcando sua estreia como diretor de cinema.
Nos últimos anos, o ator tem diversificado ainda mais sua carreira internacional, participando de projetos como Sérgio, Rede de Espiões e a série Iluminadas, da Apple TV+, onde teve uma presença marcante e elogiada.
Seu trabalho mais recente, Guerra Civil, dirigido por Alex Garland (Ex Machina e Aniquilação), consolidou seu protagonismo em produções de alcance global, reforçando o prestígio internacional que conquistou ao longo de mais de duas décadas de carreira.