Hong Kong: incêndio que matou 128 pessoas é apagado após dois dias
Tragédia
Os bombeiros de Hong Kong concluíram o combate ao incêndio que atingiu o complexo habitacional Wang Fuk Court. O fogo foi totalmente apagado às 10h28 desta sexta-feira (28/11), no horário local — 23h18 no Brasil —, após um total de 43 horas ininterruptas de trabalho das autoridades.
O número de mortos subiu para 128, segundo a atualização mais recente. 79 vítimas estão hospitalizadas e cerca de 200 pessoas ainda estão desaparecidas, de acordo com o jornal South China Morning Post, com sede em Hong Kong.
Equipes de bombeiros ainda trabalham no local, na busca pelas pessoas desaparecidas. O complexo habitacional, localizado no no bairro de Tai Po, tem mais de 2 mil apartamentos e abriga cerca de 4 mil pessoas. O incêndio atingiu sete dos oito prédios do complexo.
O condomínio estava em reforma desde julho de 2024, coberto por andaimes de bambu e tela verde. Parte do material usado na obra era altamente inflamável, o que pode ter feito o fogo se alastrar rapidamente.
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Cinco pessoas foram presas por homicídio culposo até o momento. Os suspeitos são diretores e funcionários da empreiteira responsável pela reforma.
“Temos razões para acreditar que os responsáveis da empresa foram gravemente negligentes, o que levou a esse acidente e permitiu que o fogo se espalhasse de forma incontrolável, causando muitas mortes”, disse a superintendente Eileen Chung, de acordo com o jornal South China Morning Post.

Agentes descobriram um tipo de isopor altamente inflamável cobrindo as janelas dos elevadores. As telas e lonas de proteção também foram consideradas fora dos padrões de segurança.
As chamas tiveram início nos andaimes de bambu, instalados ao redor do conjunto habitacional, e se alastraram pelos arranha-céus.
O incêndio no complexo habitacional tornou-se o mais mortal da história de Hong Kong, superando a tragédia do edifício Garley, que deixou 41 mortos em 1996.
Em publicação nas redes sociais, a secretária de Habitação, Winnie Ho Wing-yin, informou que o governo está prestando assistência aos moradores afetados e que pode disponibilizar mais de 1.400 unidades – entre moradias de transição e habitações temporárias em diferentes bairros da cidade – para atender a quem precisar.