Governo Maduro acusa EUA de ataque cibernético contra petrolífera venezuelana
Nota oficial
A estatal petrolífera da Venezuela PDVSA acusou, junto ao Ministério do Petróleo, os Estados Unidos e 'conspiradores' por um ataque cibernético que ocorreu contra a empresa. A afirmação foi divulgada em uma nota oficial nesta segunda-feira (15).
Segundo eles, as operações, entretanto, não foram atingidas. Mesmo assim, de acordo com a agência de notícias Reuters, os sistemas estão com problemas e a entrega do petróleo não está ocorrendo desde o ataque cibernético.
A PDVSA afirmou que o ataque é feito por 'interesses estrangeiros em conluio com entidades nacionais que buscam destruir o direito do país ao desenvolvimento energético soberano'. Segundo eles, houve defesa venezuelana que conseguiu impedir a continuidade.
Ainda de acordo com o texto, a nova incursão online americana faria parte da tentativa americana de controlar o petróleo venezuelano através da 'força e pirataria'.
Ação os EUA em petroleiro da Venezuela. — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Em meio a isso, os ministros das Relações Exteriores da União Europeia anunciaram nesta segunda-feira (15) que prorrogaram até janeiro de 2027 as sanções impostas contra membros do governo de Nicolás Maduro, da Venezuela.
A decisão, tomada durante uma reunião em Bruxelas, segue contrária às ações persistentes que minam a democracia e o Estado de direito, bem como as contínuas violações dos direitos humanos e a repressão da sociedade civil e da oposição democrática, também em relação à realização e aos eventos subsequentes às eleições presidenciais de 28 de julho de 2024'.
As sanções da UE atingem diretamente 69 pessoas, com os bens congelados. Entre eles também está o presidente venezuelano. O fornecimento de fundos ou recursos econômicos também é proibido, além de não poderem viajar para o território do bloco econômico.
O Conselho recordou que a UE impôs sanções à Venezuela em novembro de 2017. Essas medidas incluíram um embargo de armas e equipamentos para repressão interna, bem como a imposição de proibições de viagem e congelamento de bens das pessoas afetadas.
Corina Machado afirma que Maduro deixará o poder pacificamente ou não
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María Corina Machado recebendo Nobel da Paz. — Foto: Odd ANDERSEN / AFP
A líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, continua realizando agendas em Oslo, na Noruega, nessa sexta-feira (12) após receber o prêmio Nobel da Paz e conseguir sair do país de barco em uma travessia de mais de um dia.
Em uma declaração à imprensa, ela afirmou que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, deixará o poder 'seja negociado ou não'. Apesar disso, ela defendeu estar focada em uma 'transição ordenada e pacífica'.
'A transição está chegando e estamos focados em uma transição ordenada e pacífica'.
Machado foi impedida de concorrer à eleição presidencial do ano passado, apesar de ter vencido as primárias da oposição com uma vitória esmagadora. Ela entrou na clandestinidade desde então, com as autoridades da Venezuela ampliando prisões contra a oposição.
Nessa quinta-feira (11), María afirmou que retornará para a Venezuela 'com ou sem o regime' de Nicolás Maduro.
Ao responder questionamento dos jornalistas, disse que existem duas possibilidades para quando ela voltar.
'Mas se ainda estiver no poder, certamente estarei com o meu povo. E eles não saberão onde estou. Temos maneiras de garantir isso, de cuidar de nós'.
Além disso, ela revelou que há planos já esquematizados e debatidos para a Venezuela após uma eventual saída de Nicolás Maduro do cargo. Segundo Corina, existe um trabalho feito 'arduamente não só com o governo dos Estados Unidos, mas também com outros governos da América Latina e da Europa'.
A líder da oposição comenta que existe uma preparação para as primeiras 100 horas e os próximos dias 100 dias.
'Quero destacar que profissionais muito talentosos, experientes e honestos, tanto da Venezuela quanto do exterior, estão trabalhando juntos e que temos os planos e as equipes prontos para assumir o controle desde o primeiro dia'.
Na mesma entrevista, ela revelou que recebeu ajuda do governo dos Estados Unidos para deixar o país rumo a Oslo, na Noruega, para receber o prêmio Nobel da Paz.
'Não posso dar detalhes porque pessoas poderiam ser prejudicadas. O regime tentou fazer de tudo para impedir que eu viesse. Eles não sabiam onde eu estava na Venezuela. Era difícil me deterem. E sim, eu recebi ajuda do governo dos EUA', contou.
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Nicolás Maduro durante evento na Venezuela. — Foto: Juan BARRETO / AFP