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Operação Delivery desmantela organização criminosa que traficava drogas por meio de aplicativos de entregas
Divulgação
Polícia

Operação Delivery desmantela organização criminosa que traficava drogas por meio de aplicativos de entregas

Assessoria

Uma megaoperação integrada das forças de segurança pública de Alagoas desarticulou, na manhã desta quarta-feira (7), uma organização criminosa especializada na venda de drogas sintéticas, medicamentos de uso controlado e falsificação de documentos médicos. A Operação Delivery resultou na prisão de 10 pessoas e na apreensão de drogas, arma e duas motocicletas. A ação foi coordenada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), cumpriu mandados de prisão, busca e apreensão nos bairros da parte alta de Maceió.

A operação faz parte da Renorcrim (Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento das Organizações Criminosas), coordenada pela Senasp/Diopi.

As investigações foram conduzidas pela Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO) da Polícia Civil, em parceria com a Inteligência da SSP e da Polícia Militar. Segundo os levantamentos, o grupo criminoso utilizava os Correios e aplicativos de entrega para transportar as drogas, que chegavam em embalagens disfarçadas. Após o recebimento, motoqueiros faziam a entrega dos entorpecentes diretamente aos compradores.

A rede criminosa também contava com o envolvimento de um proprietário de farmácia na parte alta da cidade, preso em flagrante por vender medicamentos como o rohypnol — de tarja preta e com venda proibida no Brasil — e por falsificar atestados médicos com dados de um cardiologista que não tinha conhecimento do uso indevido do seu nome.

O diretor da DRACCO, delegado Igor Diego, detalhou o esquema criminoso, ressaltando a gravidade da atuação do suspeito preso. Segundo o delegado, além de facilitar o acesso de usuários e traficantes a substâncias de alto potencial nocivo, o investigado também colocava em risco a credibilidade de profissionais da saúde e da própria rede pública de assistência. A atuação dele, conforme frisou o delegado, representava um elo importante na estrutura criminosa investigada.

“Durante a operação, prendemos um proprietário de uma farmácia na parte alta da cidade. Ele comercializava medicamentos de forma ilegal, como o rohypnol, e também fabricava atestados médicos falsos. Encontramos carimbos e receituários com o nome de um médico que desconhecia o uso indevido. O material foi apreendido e ele autuado em flagrante.”

Ainda de acordo com o delegado, a investigação teve início em junho de 2024 e identificou uma logística bem estruturada para a entrada e distribuição das drogas sintéticas em Maceió. As substâncias eram enviadas por encomendas postais, disfarçadas como produtos legítimos, e recebidas por integrantes da organização, que coordenavam a distribuição com rapidez e discrição.

“Essa operação foi importante porque retiramos de circulação um tipo de droga que muitos na população não conhecem, além de coibir a venda ilegal de medicamentos. Nosso objetivo é impedir que esse tipo de comércio avance e prejudique ainda mais a saúde pública”, destacou Igor Diego.

Ele também confirmou que um segundo grupo criminoso foi desmantelado no bairro do Bom Parto, voltado ao tráfico de cocaína e maconha. Essa célula contava com olheiros que trabalhavam em turnos para monitorar a presença policial na região.

O secretário de Segurança Pública, Flávio Saraiva, também acompanhou de perto a operação e destacou o avanço das investigações e a firme atuação do Estado:

“O recado que damos hoje à criminalidade é claro: em Alagoas, não há espaço para organizações criminosas. Com investigação técnica, integração e firmeza, vamos seguir combatendo o crime em todas as suas formas. A população pode confiar que continuaremos agindo com rigor e eficiência”.

A operação contou com a participação de unidades especializadas como Bope, Rotem, CPChoque, BPTran, BPRv, Oplit, Tigre, Dnarc e apoio aéreo do Departamento Estadual de Aviação.

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Paulo Amorim, destacou que o êxito da operação é reflexo direto da cooperação entre as forças de segurança, que vêm aprimorando os métodos de combate ao crime. Ele pontuou que a atuação conjunta permite ações mais rápidas, eficazes e direcionadas ao enfrentamento de novas estratégias utilizadas pelo tráfico.

“A integração entre as forças policiais foi fundamental para o sucesso da operação. O tráfico se moderniza, tenta burlar a fiscalização com o uso de tecnologias e aplicativos, mas nosso trabalho de inteligência tem sido cada vez mais eficaz. Não vamos permitir que esses criminosos usem a estrutura da cidade para disseminar o mal.”

A operação foi autorizada pela 17ª Vara Criminal da Capital, com base em provas técnicas robustas reunidas durante meses de investigação. A SSP reforça que denúncias anônimas podem ser feitas pelo telefone 181, com garantia de sigilo e ligação gratuita.

Assessoria

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