'O Brasil não é só samba e futebol', diz jovem mineira finalista do 'Nobel Estudantil'
Uma estudante de 17 anos é a única brasileira entre os 50 finalistas do Global Student Prize 2024. Conhecido como Nobel Estudantil, o prêmio concede US$ 100.000 a estudantes notáveis. Millena Xavier Martins pesquisa Inteligência Artificial e, aos 12 anos, criou uma ferramenta que auxilia na triagem de autismo por IA.
Aos dezessete anos, a estudante brasileira Millena Xavier Martins pode se tornar a primeira latino-americana a vencer o Global Student Prize, prêmio internacional chamado de "Nobel Estudantil".
A mineira, natural de Juiz de Fora, é uma das 50 finalistas do concurso que concede US$ 100.000 a um estudante notável.
Filha de uma professora, a jornada dela começou aos 10 anos, na escola em que a mãe lecionava para crianças de comunidades carentes.
Determinada a buscar melhores oportunidades, ela se mudou para Viçosa, também na Zona da Mata mineira, e começou a participar, por conta própria, de olimpíadas científicas.
Aos 12 anos, a estudante desenvolveu sua primeira conquista, a Autinosis, ferramenta que auxilia na triagem do autismo. Millena conta que a ideia veio a partir do diagnóstico tardio de um amigo e foi seu primero passo trilhado no universo da Inteligência Artificial.
"Quando eu mudei para uma escola federal, um amigo tinha sido diagnosticado tardiamente com autismo. E pensando no que eu poderia ajudar com o meu conhecimento de tecnologia, para acessibilizar o diagnóstico, para ajudar o meu amigo e tantas outras pessoas, eu decidi criar essa ferramenta. E com isso, veio a IA, porque a IA que possibilita isso, especificamente Machine Learning, e eu comecei a me interessar mais por essa área, justamente pelo potencial de previsão que ela tem."
Outra conquista da estudante, que recebeu o título de pessoa mais jovem a entrar na lista da Forbes Under 30 na categoria Ciência e Educação, é a Prep Olimpíadas, organização não governamental que já ajudou mais de 100 mil alunos nos estudos para olimpíadas científicas. A iniciativa também conta com uma ferramenta de IA que responde perguntas sobre as competições acadêmicas.
Quando o assunto é o futuro, Millena, que está no terceiro ano do Ensino Médio, garante que vai continuar trilhando o caminho da tecnologia e computação, possivelmente cursando engenharia biomédica. Ela ainda dá dicas para outros estudantes que desejam fazer a diferença através da educação e da tecnologia.
"Eu diria que o conselho, a primeira coisa, é não se limite ao que a escola academicamente te propõe. Veja se você gosta de olimpíadas, de simulações da ONU ou de debates e dedique o seu tempo livre para se envolver com organizações, voluntariados que te mostrem um pouco mais sobre o que você realmente quer fazer. O Brasil, não é só samba e futebol, o Brasil também tem educação e ciência de qualidade."
Os 10 finalistas do Global Student Prize devem ser anunciados em setembro e o vencedor será divulgado no fim do ano.