
Mulher que confessou matar PM em Maceió agiu em legítima defesa, conclui Polícia Civil
Nicoly confessou que matou o militar porque ele a agredia e a ameaçava de morte.
A Polícia Civil de Alagoas concluiu que Nicoly dos Santos, que confessou ter matado o policial militar Rodrigo Pauferro Viana, agiu em legítima defesa e deixou de indiciá-la pelo crime de homicídio. O crime ocorreu no dia 28 de outubro no Residencial Recanto dos Pássaros, no Benedito Bentes.
O inquérito policial foi concluído no dia 9 novembro e foi remetido ao Ministério Público. O sargento Viana era lotado no Batalhão Escolar da Polícia Militar (BPESC).
O crime ocorreu na casa onde o casal morava. Consta no inquérito policial que Nicoly foi agredida desde sexta-feira (27). Os depoimentos da vítima e dos vizinhos são os mesmos: a vítima tentou fugir da residência, quando Rodrigo a puxou pelo cabelo, levando-a de volta para dentro do imóvel.
A tentativa de fuga dela ainda chegou a ser registrada por imagens de videomonitoramento. Durante as agressões, Nicoly foi obrigada a beijar os pés do militar e implorar pela própria vida. Os vizinhos relataram em depoimento terem ouvido gritos de Nicoly, momento em que chamaram a polícia.
Quando a polícia chegou ao local, as agressões não pararam. O militar continuou agredindo Nicoly e ameaçou matá-la e depois tirar a própria vida. Foi nesse momento que a mulher viu a arma do militar em um móvel, pegou, fechou os olhos e fez os disparos contra Rodrigo.
"Tendo ela se ajoelhado, beijado os pés do companheiro e implorado. Disse ainda a interrogada que, quando da chegada da polícia, ela estava sobre a cama do casal, sendo esganada pelo companheiro. Na ocasião, sob ameaças de morte, foi obrigada a ficar silente e se manteve parada e sem reação, mas tranquila, pois sabia que a polícia estava na porta", relata a delegada no inquérito.
"Após alguns minutos, Rodrigo retornou ao quarto afirmando que a polícia entraria e os encontraria mortos. Nesse momento, a interrogada, pegou a arma sobre um móvel, apontou para ele na tentativa de impedir sua aproximação, mas não conseguindo, fechou os olhos e atirou", aponta o relatório policial".
Relacionamento abusivo
O inquérito policial foi concluído também com base em conversas do WhatsApp entre os dois,q eu estaam juntos há quatro anos.
Em uma das mensagens, Nicoly diz: "Não consigo estar com você e esquecer a situação que ficou o meu rosto. Os tapas, o corte horrível na boca e meu olho com sangue, entre outras coisas que eu não preciso citar... Coisas desse tipo aconteceram mais de uma vez, mas a noite que me refiro e você sabe, foi a que eu praticamente jurei que iria morrer ali, como você disse".