
Metanol: São Paulo tem terceira morte suspeita após consumo de bebidas
Bebida adulterada
São Paulo registrou o terceiro caso de morte suspeita por consumo de bebidas adulteradas com metanol. A morte mais recente foi confirmada nesta segunda-feira (29/9) pela Prefeitura de São Bernardo do Campo.
"A Prefeitura de São Bernardo, por meio da Secretaria de Saúde, informa que a Vigilância Epidemiológica recebeu duas notificações de óbitos suspeitos por contaminação de metanol. O primeiro caso é de um homem de 58 anos que faleceu em 24 de setembro e foi atendido no Hospital de Urgência. O segundo é de um homem de 45 anos que faleceu em 28 de setembro e foi atendido na rede particular", diz a nota da Prefeitura enviada ao Correio.
Exames estão sendo realizados pelo Instituto Médico Legal (IML) para confirmar ou descartar a contaminação. O metanol é um álcool altamente tóxico. A substância pode levar à morte se a pessoa não for tratada rapidamente.
A Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia destaca que entre 12 horas e 24 horas após o consumo, podem surgir sintomas de intoxicação como "dor de cabeça, náuseas, vômitos, dor abdominal, confusão mental e, principalmente, visão turva repentina ou até cegueira".
Envolvimento suspeito do PCC
Segundo a Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) pode estar envolvida nos recentes casos de intoxicações provocadas por bebidas alcoólicas adulteradas em São Paulo.
Em nota divulgada no domingo (28/9), a associação diz suspeitar que o metanol usado para adulterar as bebidas pode ser o mesmo importado ilegalmente pela facção para misturar aos combustíveis.
"Ao ficar com tanques repletos de metanol lacrados e distribuidoras e formuladoras proibidas de operar, a facção e seus parceiros podem eventualmente ter revendido tal metanol a destilarias clandestinas e quadrilhas de falsificadores de bebidas, auferindo lucros milionários em detrimento da saúde dos consumidores", disse a Associação.
Segundo o Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo (CVS), as mortes por intoxicação por metanol ocorreram na capital paulista e em São Bernardo do Campo.