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Lira faz ensaios de candidato, mas eleição de senador impõe definições complexas
JHC troca afagos, mas não 'sacramenta' apoio a Lira para o Senado
Romero Belo

Lira faz ensaios de candidato, mas eleição de senador impõe definições complexas

Romero Vieira Belo
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A percepção de movimentos que podem indicar uma das vagas do Senado como objetivo eleitoral de Artur Lira, para 2026, traduz muito bem a dinâmica própria do cenário das próximas eleições em constante mutação. Mas não é definição.
Lira se move embalado pela experiência de quem sabe que os ensaios do momento motivam análises e especulações sobre o rumo a tomar, porém, o que mais importa é a certeza de que tudo que está fazendo servirá como ferramenta a ser usada no embate do pleito vindouro.
O ex-presidente da Câmara sempre deixou evidente sua pretensão de concorrer a uma vaga de senador, seja para imprimir um sentido ascensional à sua trajetória na vida pública, seja para trilhar o caminho percorrido por seu pai - o ex-senador Benedito de Lira.
Mas Lira sabe também que o sucesso de uma batalha majoritária desse porte não depende, simplesmente, de vontade ou de estratégias midiáticas como promoção da imagem no campo virtual ou ainda de investida presencial em contatos com eleitores.
A movimentação vale, sem dúvida, mas representa pouco diante de questões mais complexas como a definição dos blocos políticos que, lentamente, vão se articulando para o enfrentamento nas urnas.
Os sinais perceptíveis nas redes sociais de Lira 'possível candidato ao Senado' chamam a atenção de observadores atentos tanto quanto alguns lances seus no cenário nacional, como quando desistiu de viajar com Lula ao Japão e China para cuidar, como relator, do projeto que isenta do IR quem ganha até cinco mil reais. Ocorre que o PL empacou e foi usado para outros fins, o que fez Renan Calheiros entrar em ação e agilizar uma proposta semelhante no Senado, deixando Lira desnorteado.
Distante dos holofotes desde que deixou o comando da Câmara no início do ano, Artur Lira entende que o mérito da proposta que livra dez milhões de brasileiros da mordida do 'Leão' é todo e exclusivo do presidente da República, mas como relator, ele pegou carona esperando faturar algum. Além, claro, de emergir do sumiço reservado a quem, após a consagração do trono presidencial, voltou à vala comum do plenário.
Mandato de senador ou reeleição? Dirigida a Lira, a pergunta é redundante e óbvia, mas a definição só virá quando ele souber com quem vai marchar, com qual bloco vai se compor para disputar, principalmente, a sucessão estadual.
No cenário visível, as forças governistas já definiram Renan Filho para governador e Renan Calheiros para o Senado, mas são duas as vagas na Câmara Alta. Para viabilizar a sua, o herdeiro de Biu de Lira precisa de um nome forte concorrendo ao governo. João Caldas filho? Grande incognita até aqui, mas de uma coisa Lira tem convicção: não existe hipótese de JHC concorrer (a governador) apenas para ajudá-lo.
Muito pelo contrário, com projeto e disposição para avançar politicamente, o prefeito de Maceió pode até se compor com o bloco de Renan Calheiros e Paulo Dantas para disputar o Senado. E essa é uma hipótese possível (apesar da recente troca de afagos com o deputado do PP), e um fator de insegurança que não tem deixado Artur Lira dormir em paz. A questão é: JHC sabe que tem vitória garantida disputando o Senado, mas sabe também que não existe essa garantia quando se trata de concorrer ao governo.

 

JHC troca afagos, mas não 'sacramenta' apoio a Lira para o Senado

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