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Justiça afasta temporariamente presidente e diretor do BRB
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Brasil/Mundo

Justiça afasta temporariamente presidente e diretor do BRB

Redação com Agência Brasil

A Justiça afastou por 60 dias o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e o diretor Dario Oswaldo Garcia Júnior, após a Operação Compliance Zero, que investiga fraudes com títulos de crédito no Sistema Financeiro Nacional e levou à prisão de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master. A operação apura a criação e negociação de créditos falsos entre instituições financeiras, sendo o Master o principal alvo. O caso ganhou destaque após a tentativa, barrada pelo Banco Central, de compra do Master pelo BRB por R$ 2 bilhões. O BRB afirmou que segue operando normalmente e diz ter atuado com transparência nas negociações.

A Justiça decretou o afastamento temporário do presidente do Banco BRB, Paulo Henrique Costa, e do diretor de Finanças e Controladoria da instituição, Dario Oswaldo Garcia Júnior.

As sentenças foram expedidas no âmbito da Operação Compliance Zero, que a Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (18). O dono do banco Master, Daniel Vorcaro, foi preso na operação.

Em nota, o banco estatal do Distrito Federal confirmou que Costa e Júnior se afastarão de seus cargos por ao menos 60 dias e garantiu que seguirá operando normalmente, “preservando a segurança das operações, dos clientes, dos parceiros e de toda sua estrutura operacional”.

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Tentativa de compra

Em março deste ano, o BRB anunciou a intenção de comprar o Master por R$ 2 bilhões – valor que, segundo o banco estatal, equivaleria a 75% do patrimônio consolidado do Master.

A negociação chamou a atenção de todo o mercado, da imprensa e do meio político, pois, já na época a atuação do banco de Daniel Vorcaro causava desconfiança entre analistas do setor financeiro. 

No início de setembro, o Banco Central (BC) rejeitou a compra do Master pelo BRB.

Operação da PF

A Operação Compliance Zero é fruto das investigações que a PF iniciou em 2024, para apurar e combater a emissão de títulos de créditos falsos por instituições que integram o Sistema Financeiro Nacional.

As instituições investigadas são suspeitas de criar falsas operações de créditos, simulando empréstimos e outros valores a receber. Estas mesmas instituições negociavam estas carteiras de crédito com outros bancos.

Após o Banco Central aprovar a contabilidade, as instituições substituíam estes créditos fraudulentos e títulos de dívida por outros ativos, sem a avaliação técnica adequada.

O Banco Master é o principal alvo da investigação instaurada a pedido do Ministério Público Federal (MPF).

Na nota em que comenta a Operação Compliance Zero e os afastamentos de Costa e Júnior, o BRB afirma que "sempre atuou em conformidade com as normas de compliance e transparência, prestando, regularmente, informações ao Ministério Público Federal e ao Banco Central sobre todas as operações relacionadas [às negociações de compra do] Banco Master". 

Contexto

O Master tornou-se conhecido por adotar uma política agressiva para captar recursos, oferecendo rendimentos de até 140% do Certificado de Depósito Bancário (CDI) a quem compra papéis da instituição financeira – uma promessa de ganhos superiores às taxas médias para bancos pequenos – em torno de 110% a 120% do CDI.

Operações do banco com precatórios (títulos de dívidas de governos com sentença judicial definitiva) também aumentaram as dúvidas sobre a situação financeira do Master, que ao emitir títulos em dólares, não conseguiu captar recursos.

Ontem (17), o grupo Fictor, de investimentos e gestão de empresas, anunciou que compraria o Master. 

A Agência Brasil tenta contato com Costa e com Júnior ou seus advogados, bem como com a defesa de Vorcaro, e está aberta para incluir posicionamento dos citados. 

Redação com Agência Brasil

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