
Goleada pesa, e técnico Cristian de Souza deixa o CSA, presidente do Azulão comenta situação
A goleada sofrida contra o Athletic derrubou o técnico Cristian de Souza no CSA. Domingo, o time sofreu cinco gols apenas no primeiro tempo e o clima pesou no Estádio Rei Pelé. Na manhã desta segunda, o clube anunciou a saída do treinador.
Cristian de Souza comandou o CSA em dez jogos — Foto: Morgana Oliveira/ASCOM CSA
"O Centro Sportivo Alagoano comunica as saídas do técnico Cristian de Souza e do auxiliar técnico Rafael Prerniska, ao tempo em que agradece ao trabalho dedicado e deseja sucesso em seus próximos desafios." , diz a nota do CSA.
Cristian foi o terceiro técnico contratado pelo CSA num ano de derrotas impactantes. Antes, comandaram o time Rogério Corrêa e Marcelo Cabo.
O gaúcho Cristian foi contratado em 15 de março, conquistou o título da Copa Alagoas e até conseguiu a vaga na Copa do Brasil para 2025 na seletiva. Quando começou a Série C, porém, a falta de vitórias fez estragos no ambiente azulino.
Em quatro rodadas, o time não venceu e ainda foi goleado em casa neste domingo.
Cristian de Souza chegou em março ao CSA — Foto: Ailton Cruz
Campanha
Cristian comandou o CSA em dez jogos, conquistando três vitórias (contra Murici, Penedense e CSE), obtendo quatro empates (com Murici, Penedense, Ferroviária e Londrina) e sofrendo três derrotas (CSE, Ypiranga e Athletic).
Ele estreou com um empate por 3 a 3 com o Murici, dia 23 de março, na semifinal da Copa Alagoas, e escalou o time com: Fernando Castro; Lucas Marques (Eduardo), Almir Luan, Eduardo Biazus e Erik; Marlon, Juninho Valoura e Gustavo Xuxa (Pedro Favela); Marquinhos (Marcinho), Alisson Farias (Jeffinho) e Tiago Marques (Vinícius Popó).
O treinador, inclusive, participou ativamente da reformulação do elenco após o estadual, quando foram contratados 11 jogadores para a Série C: o goleiro Thomazella; o lateral-direito Raphinha, os zagueiros Matheus Santos e Bruno Cardoso, o lateral-esquerdo Guilherme Dal Pian, o volante Dudu Miraíma, o meia Alan Pedro, além dos atacantes Roger, Richard, Vitor Leque e Iury Tanque. Todos, inclusive estrearam.
Cristian deixa o CSA sem ter vencido no Rei Pelé. Sua última escalação foi essa, na derrota para o Athletic: Thomazella; Raphinha, Matheus Santos, Wellington Carvalho (Eduardo Biazus), Bruno Cardoso e Dal Pian (Richard); Pedro Favela, Juninho Valoura e Gustavo Xuxa (Jean Cléber); Marquinhos (Vitor Leque) e Iury Tanque (Roger).
Mirian Monte
Em entrevista, a presidente Mirian Monte traçou nesta tarde um panorama do drama vivido pelos azulinos. Apesar da má fase, ela enxerga pontos positivos e indicou o caminho que deve ser seguido.
"O lado positivo é que está tudo à mostra. Não há mais muletas: a cultura precisa ser mudada. A cultura que precisamos é a cultura de quem vence obstáculos e persegue propósitos nobres".
- Estamos passando por um processo profundo de reformulação administrativa e isso tem acontecido em todos os setores do clube. Nos próximos dias, estaremos divulgando todos os dados, números, balanços e conseguiremos deixar o clube sem pendências financeiras e administrativas, com uma redução de cerca de 30% das despesas. Os setores de contabilidade, jurídico, administrativo, comercial passam por transformações drásticas.
Sobre o futuro do departamento de futebol, Mirian diz acreditar que a chegada do executivo Rodrigo Pastana, prevista para a madrugada da próxima quarta-feira, pode mudar a rota do clube.
- Com a chegada do Pastana, ele tentará contornar a crise do futebol, o que não é impossível, considerando que metade do elenco foi contratada por ele e a outra metade foi avalizada por ele. A sua ausência, no dia a dia do clube, será superada.
Sobre a goleada sofrida domingo, Mirian disse que "o resultado do futebol não foi condizente com o tamanho desse clube, nem com a coragem de quem está tentando reerguê-lo".
Mirian afirma que chegada de Pastana ao dia a dia do CSA pode contornar a crise no futebol — Foto: Augusto Oliveira/CSA
A dirigente comentou ainda como está o processo de recuperação judicial do clube.
- O processo da RJ segue dentro da normalidade e já estão adiantados os processos de patrocínios públicos e privados.
Segundo a presidente, há um trabalho em conjunto para recuperar o CSA.
- Todas essas decisões, todos esses processos estão sendo acompanhados por toda a diretoria, que está imbuída do dever e do desejo de deixar o clube fora de uma zona de risco institucional e administrativo, sobretudo considerando que é um clube em RJ.