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França alerta sobre ‘instabilidade’ no Caribe no início do G7
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Brasil/Mundo

França alerta sobre ‘instabilidade’ no Caribe no início do G7

Redação com web

A França manifestou preocupação com as operações militares dos Estados Unidos no Caribe, criticando possíveis violações do direito internacional e alertando para riscos de instabilidade, especialmente após alertas da Venezuela sobre um possível conflito. O tema foi discutido na reunião do G7 no Canadá, que também abordou o apoio à Ucrânia diante da ofensiva russa e a crise humanitária no Sudão. O encontro, que reúne as maiores democracias do mundo, busca fortalecer ações conjuntas em segurança global, economia e combate ao tráfico de drogas.

A França expressou “preocupação” nesta terça-feira (11) pelas operações militares dos Estados Unidos no Caribe, no primeiro dia de uma reunião de ministros das Relações Exteriores do G7 no Canadá. Os titulares da diplomacia dos países do G7 (Alemanha, Reino Unido, Canadá, França, Itália, Japão e Estados Unidos) iniciaram a cúpula nesta terça na cidade de Niagara-on-the-Lake para discutir temas como as guerras na Ucrânia e no Sudão.

O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, criticou as “operações militares” no Caribe, e disse que é crucial evitar “a instabilidade causada por possíveis escaladas”, depois que a Venezuela advertiu que os destacamentos militares dos Estados Unidos poderiam desencadear um conflito total.

“Temos observado com preocupação as operações militares no Caribe porque ignoram o direito internacional“, disse Barrot, sem mencionar ações específicas dos Estados Unidos. Esses comentários foram feitos depois que o porta-aviões USS Gerald R. Ford, o maior do mundo, entrou na área de responsabilidade do Comando Sul das Forças Navais dos Estados Unidos, que abrange a América Latina e o Caribe.

Os Estados Unidos posicionaram navios de guerra, aviões de caça e milhares de soldados no Caribe desde setembro para realizarem operações contra o tráfico de drogas, supostamente proveniente de Venezuela e Colômbia. A Venezuela afirma que os Estados Unidos conspiram para derrubar o presidente Nicolás Maduro, que acusa Washington de “fabricar uma guerra”. Barrot disse que é essencial para o G7, o grupo das sete democracias mais industrializadas do mundo, “trabalhar concretamente” para enfrentar o tráfico de drogas global, e assinalou que um milhão de cidadãos franceses vivem no Caribe e poderiam ser afetados por qualquer possível agitação.

Ucrânia e Sudão

A chanceler canadense, Anita Anand, anfitriã da reunião, disse que o fortalecimento da Ucrânia seria um tema de destaque nas conversas, mas se absteve de prometer ações concretas do G7 para apoiar os esforços de Kiev contra a invasão da Rússia. No início da reunião, o Reino Unido anunciou um fundo de 13 milhões de libras esterlinas (R$ 90 milhões) para ajudar a reparar o setor energético da Ucrânia, que tem sofrido ataques maciços da Rússia nos últimos dias. Também anunciou uma proibição de serviços marítimos para o gás natural liquefeito russo.

A ministra das Relações Exteriores britânica, Yvette Cooper, disse que o presidente Vladimir Putin “está tentando mergulhar a Ucrânia na escuridão e no frio à medida que o inverno [boreal] se aproxima”. O Reino Unido planeja “impulsionar” seus parceiros mais próximos a continuarem defendendo a Ucrânia “ante a agressão irracional de Putin”, indicou o Ministério das Relações Exteriores britânico. Por outro lado, a chanceler canadense disse a jornalistas que a crise crescente no Sudão seria contemplada em um jantar de trabalho sobre segurança global.

Ela garantiu que o Canadá está “absolutamente horrorizado” pelo conflito que desencadeou uma das crises humanitárias mais graves do mundo e que o G7 vai trabalhar “para apoiar os que sofrem e morrem desnecessariamente no Sudão”. O conflito já deixou dezenas de milhares de mortos, provocou o deslocamento de aproximadamente 12 milhões de pessoas e, segundo a ONU, gerou a pior crise humanitária do mundo.

Tensões bilaterais

O secretário de Estado americano Marco Rubio e Anand devem se reunir nesta quarta, o segundo e último dia da cúpula em Niagara-on-the-Lake. Mas a ministra canadense não tem a intenção de falar sobre tarifas com seu colega. “Teremos uma reunião e temos muitos temas a tratar juntos sobre assuntos mundiais”, explicou Anand, e acrescentou: “A questão do comércio está nas mãos de outros ministros”. Para os americanos, a segurança econômica e os minerais críticos também deveriam ocupar um lugar prioritário na agenda da reunião de dois dias.

Redação com web

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