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Afundamento do solo em área de mina em Maceió aumenta de novo e chega a 1,86 m
Foto: Defesa Civil de Alagoas
Maceió

Afundamento do solo em área de mina em Maceió aumenta de novo e chega a 1,86 m

G1 Al

Ritmo do deslocamento de terra passou de 0,26 cm/h para 0,27 cm/h hoje de manhã. Defesa Civil mantém alerta máximo.

Voltou a subir nesta terça-feira (5) o ritmo de afundamento na área da mina da Braskem que pode colapsar. A última atualização da Defesa Civil de Maceió, feita às 9h, constatou velocidade de 0,27 cm/h (antes, era 0,26 cm/h). Desde o dia 30 de novembro, o solo já cedeu 1,86 m, sendo de 6,5 cm nas últimas 24 horas.

A velocidade da movimentação de terra no local vinha em constante redução desde que as medições começaram, mas a tendência de desaceleração foi interrompida por uma alta na tarde de segunda (4). O alerta máximo para o colapso foi emitido no dia 29 de novembro e continua vigente devido à instabilidade.

Antes do alerta, a medição era feita em milímetros por ano. A Defesa Civil avalia que o alerta máximo só deve ser derrubado quando a medição puder voltar a ser feita em milímetros. A mina nº 18 é uma das 35 que a Braskem mantinha para extração de sal-gema e fica na região do antigo campo do CSA, no Mutange.

Ritmo do afundamento do solo passa a 0,26 cm por hora em área de mina em Maceió

Ritmo do afundamento do solo passa a 0,26 cm por hora em área de mina em Maceió

A Defesa Civil avalia que não mais há risco para a população porque as moradias ocupadas atualmente estão a uma distância segura do local da mina. As que ainda estavam ocupadas foram evacuadas sob ordem judicial.

O desabamento da mina pode acontecer de duas formas: drástica ou gradual. Em caso de cenário gradual, o deslocamento do solo seguirá de modo lento até atingir a estabilização. Se o cenário for desabamento repentino, ocorrerá o colapso e abertura de uma imensa cratera na região.

Após cinco anos desde que um tremor de terra abriu rachaduras em casas e crateras nas ruas, mais de 14 mil imóveis foram desocupados nos bairros do Mutange, Bebedouro, Pinheiro, Bom Parto e Farol. Afetando cerca de 60 mil pessoas.

Acordo bilionário com a prefeitura

A Braskem e a Prefeitura de Maceió firmaram acordo em julho deste ano no valor de R$ 1,7 bilhão para compensar o afundamento do solo nos bairros, consequência da mineração.

"O Termo de Acordo Global estabelece a indenização, compensação e ressarcimento integral do município de Maceió em relação a todo e qualquer dano patrimonial e extrapatrimonial por ele suportado, e está sujeito à homologação judicial", disse a empresa em comunicado feito aos acionistas.

A Prefeitura de Maceió afirmou que pretende utilizar o dinheiro para investir em obras na cidade, além de criar um "fundo de amparo" para auxiliar moradores dos bairros afetados por décadas de mineração na região.

Meses depois, em setembro, a Prefeitura anunciou a compra do Hospital do Coração, localizado no bairro Gruta de Lourdes, por R$ 266 milhões, feita com recursos da negociação com a Braskem.

G1 Al

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