
Vice-prefeita é afastada por pagar ritual com dinheiro público
Segundo MP, esquema desviou mais de R$ 41 mil para mãe de santo, por meio de fraudes em licitações em Ribeira (SP)
A vice-prefeita e secretária de Saúde de Ribeira (SP), Juliana Teixeira da Costa, foi afastada dos cargos, liminarmente, após denúncias do Ministério Público do Estado de São Paulo(MP/SP) que apontavam pagamento de serviços de uma mãe de santo com dinheiro público, entre outras irregularidades.
A denúncia foi aceita nesta semana pelo Tribunal de Justiça de São Paulo,
De acordo com o MP, Juliana é alvo de ações criminal e cível, em caso que envolve fraude a licitações, além do uso de erário público para pagar por serviços espirituais.
A decisão da segunda-feira (4), que atende a pedido do promotor Renan Rodríguez, ainda suspendeu das funções públicas o coordenador de saúde do município, também envolvido no caso da mãe de santo.
Os dois e um empresário estão impedidos de entrar nas dependências da prefeitura e de fazer contato com as testemunhas do processo.
Eles são acusados de associação criminosa, frustração do caráter competitivo de licitação, falsidade ideológica e peculato.
Na esfera cível, ainda de acordo com o MP, o polo passivo da ação é formado pelos três envolvidos, a empresa de um deles e o próprio município de Ribeira.
Enriquecimento ilícito e mãe de santo
A Promotoria de Justiça aponta que houve enriquecimento ilícito por meio de pagamento de serviço particular com recursos do erário e fraudes a licitações decorrentes do direcionamento de dois pregões.
A execução dos contratos está suspensa pela Justiça, também por iniciativa do MPSP.
Além disso, a empresa contratada foi proibida de firmar novos contratos com o município até decisão judicial em contrário.
Segundo o apurado, a vice-prefeita e secretária de Saúde subtraiu R$ 41,2 mil do Fundo Municipal de Saúde e, por meio dessa empresa, o valor foi repassado a uma pessoa que se apresenta nas redes sociais como mãe de santo Mentora Samantha.
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Ainda conforme o MP, a mãe de santo seria responsável por fazer um trabalho de "casamento espiritual" entre a vice-prefeita e o coordenador de saúde, que manteriam um relacionamento extraconjugal.
A intenção da "amarração" era afastar o homem da atual esposa.
O Portal iG tentou entrar em contato com a vice-prefeita, mas, até o momento, não obteve retorno. O espaço permanece aberto.