Assine a newsletter
Trump diz que queda nos preços de energia fará com que Putin ‘pare de matar pessoas’
Divulgação
Brasil/Mundo

Trump diz que queda nos preços de energia fará com que Putin ‘pare de matar pessoas’

Istoé com Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira que a queda nos preços da energia poderia pressionar o presidente russo, Vladimir Putin, a interromper a guerra na Ucrânia.

“Se a energia cair o suficiente, Putin vai parar de matar pessoas”, declarou Trump em uma entrevista à CNBC. “Se a energia cair mais US$10 por barril, ele não terá escolha, porque sua economia está péssima.”

Putin duvida de força do ultimato de Trump

Mais cedo, fontes próximas ao Kremlin disseram à Reuters que o presidente russo, Vladimir Putin, não deve ceder ao ultimato de sanções do presidente dos Estados Unidos que expira nesta sexta-feira, e mantém o objetivo de capturar quatro regiões da Ucrânia em sua totalidade.

Trump ameaçou atingir a Rússia com novas sanções e impor tarifas de 100% aos países que compram seu petróleo — dos quais os maiores são a China e a Índia — a menos que Putin concorde com um cessar-fogo na guerra da Rússia na Ucrânia.

A determinação de Putin em continuar é motivada por sua crença de que a Rússia está vencendo e pelo ceticismo de que ainda mais sanções dos EUA terão um grande impacto após sucessivas ondas de penalidades econômicas durante 3 anos e meio de guerra, de acordo com três fontes familiarizadas com as discussões no Kremlin.

O líder russo não quer irritar Trump e percebe que pode estar desperdiçando uma chance de melhorar as relações com Washington e o Ocidente, mas seus objetivos de guerra têm precedência, disseram duas das fontes.

O objetivo de Putin é capturar totalmente as regiões ucranianas de Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson, que a Rússia reivindicou como suas, e depois falar sobre um acordo de paz, afirmou uma das fontes.

“Se Putin conseguisse ocupar totalmente essas quatro regiões que ele reivindicou para a Rússia, ele poderia afirmar que sua guerra na Ucrânia alcançou seus objetivos”, disse James Rodgers, autor do livro “The Return of Russia” (O Retorno da Rússia), a ser lançado em breve.

O atual processo de conversações, no qual os negociadores russos e ucranianos se reuniram três vezes desde maio, foi uma tentativa de Moscou de convencer Trump de que Putin não está rejeitando a paz, disse a primeira fonte, acrescentando que as conversações eram desprovidas de substância real, além das discussões sobre trocas humanitárias.

A Rússia diz que leva a sério um acordo de paz de longo prazo nas negociações, mas que o processo é complicado porque as posições dos dois lados são muito distantes. Na semana passada, Putin descreveu as conversas como positivas.

As exigências declaradas de Moscou incluem a retirada total da Ucrânia das quatro regiões e a aceitação por Kiev de um status neutro e de limites para o tamanho de suas forças armadas – exigências rejeitadas pela Ucrânia.

Em um sinal de que ainda pode haver uma oportunidade de chegar a um acordo antes do prazo final, o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, deve visitar a Rússia nesta semana, após uma escalada na retórica entre Trump e Moscou sobre os riscos de uma guerra nuclear.

“O presidente Trump quer acabar com a matança, e é por isso que ele está vendendo armas fabricadas nos Estados Unidos para os membros da Otan e ameaçando Putin com tarifas e sanções severas se ele não concordar com um cessar-fogo”, disse a porta-voz da Casa Branca Anna Kelly em resposta a um pedido de comentário.

O Kremlin não respondeu imediatamente a um pedido de comentário para esta reportagem. Todas as fontes falaram à Reuters sob condição de anonimato devido à sensibilidade da situação.

Trump, que no passado elogiou Putin e manteve a perspectiva de acordos comerciais lucrativos entre os dois países, ultimamente tem expressado crescente impaciência com o presidente russo. Ele reclamou do que chamou de “besteira” de Putin e descreveu o bombardeio implacável da Rússia contra Kiev e outras cidades ucranianas como “nojento”.

O Kremlin disse que tomou nota das declarações de Trump, mas se recusou a responder a elas.

Na semana passada, a primeira-ministra ucraniana Yulia Svyrydenko pediu ao mundo que respondesse com “pressão máxima” depois que o pior ataque aéreo russo do ano matou 31 pessoas em Kiev, incluindo cinco crianças, no que ela chamou de resposta da Rússia ao prazo de Trump.

Istoé com Reuters

Notícias relacionadas