
Técnico do CSA, Cabo aprova Diniz na Seleção: "Acho que vai resgatar estilos de 70 e 82"
O início do trabalho de Fernando Diniz pela Seleção é tema de debate nos quatro cantos do país. Na semana de estreia, então, essa discussão ganhou corpo também entre os profissionais do meio. Técnico do CSA, Marcelo Cabo, ex-Vasco, conversou com o ge nesta sexta e disse ter gostado da escolha da CBF.
Cabo já enfrentou os times de Diniz algumas vezes e vê semelhanças ente o estilo de jogo do treinador e o de outras duas formações da Seleção que marcaram época.
- Eu tenho um pressentimento que a nossa Seleção vai ser muito parecida com a Seleção, da maneira de jogar, de 1970 e de 1982. Eu acho que a gente vai resgatar essas duas metodologias como jogou o Zagallo, em 70, e o Telê, em 82. O modo de pensar de futebol, modo de ter um jogo mais com a bola, de maior movimentação, um jogo não tão posicional, então eu acho que o Fernando (Diniz) de 2023 tá muito mais maduro que o Fernando de 2015. Ele se preparou ao longo desses anos para todas as fases do jogo, com e sem a bola, ele evoluiu bastante nesse quesito - comentou Cabo, acrescentando que o técnico do Fluminense chega à Seleção preparado.
- Apesar de (ser) um treinador jovem, ele chega num bom momento da carreira dele e acho que a Seleção também precisa muito de um treinador como o Diniz para dirigi-la. Então acho que ele consegue resgatar a característica dessas duas seleções, de 1970 e 1982, não estou comparando individualmente jogadores, mas comparando o pensamento e a metodologia de trabalho.
Cabo disse que Diniz deve resgatar estilo de jogo de duas seleções do Brasil que marcaram época — Foto: André Durão / MoWA Press
Marcelo Cabo afirmou que já enxergava potencial em Diniz desde 2015, quando começou a enfrentá-lo, e comentou o apoio que o novo técnico recebeu dos jogadores ao chegar à Seleção.
- Eu enxergo o novo o momento da seleção brasileira com o Diniz. Desde 2015, quando eu comecei a enfrentar o Fernando Diniz, eu certifico que a metodologia de trabalho que eu enxerguei diferente do futebol brasileiro foi dele. Então, todas as minhas entrevistas de 2015 pra cá, que foi a primeira vez que enfrentei ele, pelo Paraná Clube, eu sempre falei que foi a única coisa diferente que vi no futebol da maneira de pensar, de fazer uma equipe atuar como equipe de futebol. Eu entendo que é uma metodologia nova, que os jogadores assimilaram muito bem a chegada do Fernando Diniz e a sua ideia de trabalho de jogo, acho que isso corrobora muito com o que sempre foi a seleção brasileira, acho que é uma nova era, um novo momento do Fernando na Seleção. Eu acho que tem tudo pra dar certo pra que ele tenha longevidade e consiga ir até a Copa de 2026.
Marcelo Cabo aprova escolha de Fernando Diniz para comandar a Seleção — Foto: Denison Roma/Ge
Experiente, Cabo sabe que uma das principais tarefas dos treinadores é trabalhar o lado psicológico dos atletas. Para ele, Diniz sabe tirar isso de letra.
- Uma das melhores ações do Diniz é (trabalhar) esse lado psicológico dos jogadores. Ele consegue olhar o jogador além do uniforme, o que digo sempre: o jogador não tem só o uniforme. Ele é um pai de família, um ser humano, e, pela formação dele, de psicologia, ele é um psicólogo formado, ele entende bem esse outro lado.
"O Diniz é um grande gestor de pessoas. Ele consegue olhar o atleta além do uniforme, então essa gestão de grupo, gestão de pessoas, ele faz muito bem."
Fernando Diniz estreia no comando da Seleção na noite desta sexta-feira, em jogo contra a Bolívia, pela primeira rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. O jogo, no Estádio Mangueirão, em Belém, no Pará, está marcado para as 21h45.