
Tarifaço ameaça R$ 19 bi da economia brasileira; Sul e Sudeste concentram perdas
São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná lideram perdas com nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
Os estados brasileiros mais dependentes do mercado norte-americano devem sofrer um impacto superior a R$ 19 bilhões com o aumento de tarifas dos Estados Unidos, segundo a Confederação Nacional da Indústria. A taxação de 50% entra em vigor no dia 7 de agosto.
Os estados do Sudeste e do Sul serão os mais afetados. São Paulo lidera em perdas financeiras. Em seguida, aparecem Rio Grande do Sul e Paraná, segundo estudo da Universidade Federal de Minas Gerais.
Para a maior economia do país, São Paulo, o prejuízo pode ultrapassar R$ 4,4 bilhões, o que representa uma queda de 0,13% no PIB estadual.
No Rio Grande do Sul, a Federação das Indústrias afirma que 85% das exportações para os Estados Unidos serão atingidas. O estado tem mais de mil indústrias exportadoras, sendo 10% do total nacional. Os setores empregam 145 mil pessoas. A estimativa é de que 20 mil postos de trabalho estejam em risco.
O PIB do estado pode ter uma redução de R$ 1,5 bilhão no próximo ano - a projeção inicial era de quase R$ 2 bilhões. A entidade gaúcha criou um comitê de crise e começou, nesta sexta-feira (1º), a discutir medidas de apoio. Entre os pedidos ao governo, estão a liberação do saldo credor de ICMS nas exportações e a ampliação da linha de crédito de R$ 100 milhões pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul.
No Paraná, madeira, alimentos e máquinas estão entre os principais produtos exportados aos Estados Unidos. O impacto previsto no PIB estadual é de quase R$ 2 bilhões.
As regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte são menos dependentes do mercado norte-americano, mas também devem registrar perdas.