STF autoriza visitas dos filhos a Bolsonaro; defesa cita confusão mental para pedir volta à prisão domiciliar
Liberado
Carlos, Flávio e Jair Renan terão encontros controlados com o ex-presidente na sede da Polícia Federal em Brasília; após visita de Michelle, Bolsonaro foi visto fora da sala onde cumpre prisão preventiva, e defesa atribui episódio a efeitos de medicamentos.
Uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) autoriza que os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro visitem o pai na sala especial onde ele está preso na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. A determinação, assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, libera as visitas de Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro, e Flávio Bolsonaro, senador pelo mesmo estado, para esta terça-feira, entre 9h e 11h. Cada um poderá permanecer por 30 minutos com o ex-presidente, em horários separados.
Jair Renan Bolsonaro, vereador de Balneário Camboriú, também recebeu autorização para visitar o pai. O encontro deve ocorrer na quinta-feira, no mesmo intervalo de 9h às 11h, igualmente com duração máxima de 30 minutos. Os pedidos foram apresentados pela defesa de Bolsonaro, que desde ontem buscava ampliar o acesso da família ao ex-presidente.
Na tarde deste domingo (23), Michelle Bolsonaro esteve na unidade pontualmente às 15h, após autorização concedida por Moraes. A ex-primeira-dama permaneceu cerca de 1h50 na sala de 12 metros quadrados onde Bolsonaro cumpre a prisão preventiva — um espaço com cama, frigobar e ar-condicionado. Logo após a saída de Michelle, fotógrafos e cinegrafistas registraram o ex-presidente circulando fora da sala, em um corredor interno da superintendência.
A reportagem questionou a Polícia Federal sobre o motivo da saída temporária, mas ainda não houve esclarecimento.
Também esteve na sede da PF a médica que prescreveu os medicamentos citados pela defesa como responsáveis por um suposto surto psicótico levado em consideração na decisão de Moraes. Segundo os advogados, Bolsonaro teria tentado romper a tornozeleira eletrônica com um ferro de solda na madrugada de sábado, durante um episódio de confusão mental.
A defesa afirmou ao STF que o ex-presidente apresentou ‘pensamentos persecutórios’ e ‘distanciamento da realidade’ após o uso combinado de diferentes medicamentos. Moraes havia dado prazo de 24 horas para que os representantes legais explicassem a tentativa de retirada da tornozeleira — um dos elementos que embasaram a decretação da prisão preventiva, convertida neste domingo pela juíza auxiliar de seu gabinete.
Os advogados pedem o retorno de Bolsonaro à prisão domiciliar e a reconsideração da decisão que mantém a prisão preventiva.