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Sobreviventes de acidentes de trânsito relatam impactos e mudanças
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Maceió

Sobreviventes de acidentes de trânsito relatam impactos e mudanças

Assessoria

No terceiro domingo de novembro, é celebrado o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trânsito. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2005. Em Maceió, de janeiro a outubro de 2022, 658 acidentes foram atendidos pelas equipes da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) nas vias da capital. O objetivo do trabalho diário da autarquia municipal é alertar sobre a responsabilidade de todos nas vias para evitar que acidentes aconteçam.

O levantamento das ocorrências atendidas pela SMTT apontou que, do número de vítimas dos acidentes em Maceió, 12 não resistiram e morreram no local. Outros 426 foram encaminhados para o atendimento em unidades hospitalares, podendo ter sobrevivido ou não. Até junho deste ano, 86% dos acidentes foram colisões e 16% demais naturezas. Automóveis estão entre os veículos que mais se envolvem, seguidos pelas motocicletas.

“No primeiro semestre deste ano, 71% das infrações cometidas pelos maceioenses foram graves e gravíssimas, seguidas por 18% de infrações médias e 11% leves. É preocupante constatarmos que as infrações graves e gravíssimas lideram o ranking das ocorrências registradas na Capital, já que a possibilidade dessas infrações ocasionarem sinistros aumentam consideravelmente. E isso acarreta em diversos fatores, desde sequelas até a morte”, pontuou o assessor técnico de Levantamento de Acidentes e Estatísticas da SMTT, Carlos Moura.

Dados do Ministério da Saúde indicam que a imprudência e a imperícia estão entre as principais causas de acidentes e mortes no trânsito. Falta de atenção, velocidade incompatível com a via, ingestão de bebidas alcoólicas, ultrapassagens indevidas e o desrespeito às sinalizações lideram as ocorrências.

Há 13 anos, Renato Lourenço sofreu um acidente de trânsito. Ele havia ido visitar um amigo, também vítima de acidente, ingeriu bebida alcoólica e, na volta de Satuba para Maceió, se chocou com uma carreta. Foi socorrido, passou sete dias em coma, com várias lesões pelo corpo e teve uma das pernas amputada.

“Eu me inspirei em mim mesmo e disse que eu ia aprender a sobreviver da maneira que eu estava. Devido ao acidente, não pude mais exercer minha profissão. Eu instalava forro PVC, divisórias e esquadrilhas, subia e descia escadas, andaimes e paredes. A amputação deu uma reviravolta na minha vida. Eu admito meu erro, eu estava bêbado, o rapaz não tinha culpa, mas têm vários acidentes em que o condutor é o responsável e não entende que pode causar acidentes e até morte”, contou.

Durante a reabilitação, ele recebeu apoio da família e de amigos. Para ele, o peso de ser um sobrevivente é perceber todas as marcas das cicatrizes e as lembranças na memória. Renato viu no esporte a oportunidade de voltar à ativa na nova vida. Ele coleciona medalhas de competições e se dedica ao basquete de cadeira de rodas, diz ser feliz apesar das limitações físicas.

Em novembro de 2008, Luiz André também teve sua vida transformada no dia do seu aniversário, em 21 de novembro. No bairro da Santa Amélia, ele conduzia uma motocicleta e foi arrastado por cerca de 40 metros debaixo do carro. Teve um braço e uma perna amputados e passou 30 dias em coma. Assim como Renato, também estava embriagado.

”Hoje eu sou padrinho e tenho vários afilhados. Para mim foi uma experiência e eu tento passar para todos. Eu sou convidado em faculdades, em empresas para falar um pouco que álcool não combina com direção, que o trânsito é cruel e acidente é uma catástrofe. Acaba com a vida não só do condutor, mas da família. Então, hoje só estar vivo é um prêmio”, contou.

Assessoria

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