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Saiba por que a catarata exige atenção na terceira idade
Foto: Freepik
Saúde

Saiba por que a catarata exige atenção na terceira idade

Assessoria

Conscientização

Outubro começou com o Dia Internacional da Pessoa Idosa, data estabelecida pela ONU no início da década de 90 para aumentar a conscientização da sociedade sobre as questões do envelhecimento e a importância de valorizar os idosos.
 

O último Censo do IBGE, realizado em 2022, mostra que a quantidade de pessoas com 60 anos ou mais tem aumentado no Brasil. Naquele ano eram cerca de 32 milhões, o equivalente a 15,6% dos brasileiros. Na comparação com 2010, o crescimento foi de 56%.
 

Além de estarem presentes em maior número, hoje os idosos estão mais ativos do que em décadas anteriores. Mas as mudanças no organismo ainda impactam o funcionamento do corpo nesta fase da vida, exigindo um cuidado maior com a saúde.
 

Nos olhos, a doença ocular mais comum ligada ao envelhecimento é a catarata, caracterizada pela perda de transparência do cristalino, a lente natural do olho. Os rostos ficam menos nítidos e as cores perdem o brilho. Muitos pacientes descrevem como se estivessem olhando através de um vidro embaçado.
 

De progressão lenta, a catarata pode levar meses ou até anos para ser diagnosticada. A doença geralmente afeta mais um olho, sendo que o outro pode compensar o déficit visual. Além disso, a pessoa pode se acostumar com a dificuldade para enxergar.
 

O Dr. Marcelo Ventura Filho, médico oftalmologista do Hospital de Olhos de Pernambuco, o HOPE, diz que “quedas e fraturas podem ser sinais de uma catarata não diagnosticada. Quando a visão falha, o idoso perde referências de profundidade e equilíbrio, o que aumenta o risco de queda.”
 

Tratar a catarata também pode ajudar a evitar o declínio das funções cognitivas. Um estudo feito na Universidade de Washington, nos EUA, publicada na revista científica JAMA, aponta que a cirurgia da catarata em idosos pode proteger a memória, reduzindo em 29% o risco de demência e em 30% o risco de Alzheimer.
 

“Uma das explicações é que a restauração da visão permite que o idoso volte a se engajar em atividades que mantêm o cérebro ativo, como ler, aprender coisas novas e se conectar com pessoas ao redor” explica o oftalmologista. Para prevenir a doença ocular é importante realizar consultas oftalmológicas regulares e seguir corretamente o tratamento, caso o diagnóstico seja confirmado.
 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, a cada ano, 550 mil novos casos de catarata surgem no país. A doença é a principal causa de cegueira reversível no mundo e a restauração da visão é feita por meio da cirurgia, que é o procedimento ocular mais realizado no Brasil. Nas unidades do HOPE são feitas cerca de quatro mil cirurgias de catarata por ano. De janeiro a junho de 2025, foram quase três mil procedimentos no estado, a maioria em pessoas na faixa dos 60 aos 80 anos.
 

Antes de passar pela cirurgia e após a recuperação, os pacientes respondem a um questionário que tem os resultados medidos em uma escala de 0 a 36 pela plataforma PROMs (Patient Reported Out come Measures), que significa Desfechos Relatados pelo Paciente. Em 2024, o chamado Score subiu de 17,7 para 33,3 pontos. Já no primeiro semestre de 2025, o Score passou de 15,61, antes da realização da cirurgia, para 35,88, três meses após o procedimento.
 

Foram apontadas melhoras significativas para realizar atividades manuais, ler o jornal, enxergar o chão para poder caminhar com segurança, ir ao supermercado e visualizar os preços dos produtos com nitidez, assistir a um filme na TV e conseguir acompanhar o letreiro, entre outras reconquistas narradas por quem passou pela cirurgia de catarata.
 

A catarata com diagnóstico precoce tem tratamento seguro e eficaz. Consultas regulares ao oftalmologista garantem não apenas a visão, mas também mais segurança, independência e qualidade de vida para aproveitar plenamente a terceira idade.


 

Assessoria

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