Rishi Sunak será o novo primeiro-ministro do Reino Unido
O ex-ministro das Finanças Rishi Sunak vai ser o novo primeiro-ministro do Reino Unido e líder do Partido Conservador. A confirmação chega depois de a sua única possível adversária, Penny Mordaunt, ter desistido da corrida e declarado o seu apoio ao candidato, o único a conseguir as 100 assinaturas necessárias.
Sunak torna-se, assim, o primeiro chefe de Governo britânico de origem afro-hindu e carrega agora a missão de superar a crise no país, depois de a antecessora Liz Truss só ter durado 44 dias no cargo.
Rishi Sunak esteve quase a encontrar competição na corrida ao cargo, com a conservadora Penny Mordaunt a esforçar-se por conseguir as 100 assinaturas necessárias – sem sucesso.
Esta acabou, ao início desta tarde, por desistir da corrida e declarar o seu apoio a Sunak. “Escolhemos o nosso novo primeiro-ministro. Esta decisão é histórica e mostra, uma vez mais, a diversidade e o talento do nosso partido. O Rishi tem todo o meu apoio”, escreveu em comunicado divulgado no Twitter.
“Todos nós devemos a este país, uns aos outros e ao Rishi estar unidos e trabalharmos juntos para o bem da nação. Há muito trabalho pela frente”, acrescentou.
De acordo com o presidente do Comité 1922, o conselho do grupo parlamentar que organiza as eleições internas, Graham Brady, apenas Rishi Sunak conseguiu apresentar uma candidatura válida.
"Rishi Sunak é, portanto, eleito como líder do Partido Conservador", anunciou.
O outro potencial candidato, Boris Johnson, já tinha desistido da corrida no domingo à noite.
Sunak deverá reunir-se com o rei Carlos III ainda esta segunda-feira no Palácio de Buckingham para que a formação do novo Governo seja formalizada.
Para esta tarde espera-se também um encontro entre Sunak e alguns ministros. O novo líder conservador irá chamar aqueles que pretende demitir e os outros, com quem pretende continuar.
Na quarta-feira, Sunak responderá às primeiras questões da oposição e do seu próprio partido no Parlamento.
O antigo ministro das Finanças tem agora pela frente uma grave crise económica e financeira, com o país à beira de uma recessão e pressionado para cortar a despesa pública.
Ao mesmo tempo, enfrenta a contestação de cada vez mais funcionários públicos, como professores e enfermeiros que pedem aumentos salariais, e do Partido Trabalhista, que tem uma vantagem de cerca de 30 pontos percentuais nas sondagens.
Sunak sucede a Liz Truss, que se demitiu na quinta-feira devido ao crescente descontentamento com o Governo, mas mantém-se em funções interinamente.
Truss foi, a 5 de setembro, declarada vencedora da eleição interna no partido Conservador para suceder a Boris Johnson, pelo que permaneceu apenas em funções durante seis semanas.
Sunak foi o finalista vencido na mesma eleição e Mordaunt a terceira mais votada.
Quem é Rishi Sunak?
Nascido em 12 de maio de 1980 na cidade inglesa de Southampton, Rishi Sunak é o mais velho de três irmãos. Depois de se licenciar em Filosofia, Política e Economia em Oxford, completou os estudos com um MBA na Universidade de Stanford nos EUA, onde conheceu a esposa.
Sunak e a esposa Akshata Murty, filha de um magnata indiano co-fundador da multinacional Infosys, entraram este ano para a 222.ª posição da lista dos mais ricos do jornal Sunday Times, com uma fortuna estimada em 730 milhões de libras (840 milhões de euros no câmbio atual).
Porém, o antigo analista financeiro tem invocado as origens humildes dos avós imigrantes, que chegaram ao Reino Unido nos anos 1960, e dos pais, um médico e uma farmacêutica que trabalharam para dar aos filhos uma boa educação e oportunidades.
Os britânicos devem julgá-lo "pela personalidade e ações, não pela conta bancária", argumentou várias vezes durante a campanha no verão.
Após trabalhar para o banco de investimento Goldman Sachs e outras instituições financeiras, Sunak entrou para a política, destacando-se como um partidário acérrimo da saída do Reino Unido da União Europeia.
Nomeado em 2019 secretário de Estado das Finanças, Rishi Sunak foi promovido um ano mais tarde a ministro das Finanças após a demissão inesperada de Sajid Javid, tornando-se desde então um potencial sucessor de Boris Johnson.