Assine a newsletter
Presidente do Peru declara estado de emergência em Lima por onda de violência
Divulgação
Brasil/Mundo

Presidente do Peru declara estado de emergência em Lima por onda de violência

Redação com web

O governo interino do Peru decretou estado de emergência por 30 dias em Lima e na cidade portuária de Callao para combater a escalada de violência e extorsões atribuídas ao crime organizado. A medida, anunciada pelo presidente José Jerí, autoriza o uso das Forças Armadas nas ruas e a suspensão de algumas liberdades civis. A decisão ocorre após protestos violentos e a destituição da ex-presidente Dina Boluarte, em meio a um aumento alarmante da criminalidade — as denúncias de extorsão cresceram 540% entre 2023 e 2024, tornando a insegurança o maior problema do país.

O governo interino do Peru declarou, nesta terça-feira (21), o estado de emergência na capital Lima e na cidade portuária vizinha de Callao para enfrentar a onda de violência e extorsões atribuída ao crime organizado. “O estado de emergência aprovado pelo conselho de ministros entra em vigor a 0h00 [de quarta-feira, 2h00 em Brasília] e por 30 dias na região metropolitana de Lima e em Callao”, disse o presidente José Jerí em uma breve mensagem à nação transmitida pela televisão estatal.

Sob o estado de emergência, o governo pode destacar as forças armadas para patrulhamento ostensivo nas ruas da cidade e para colaborar com a polícia na manutenção da ordem. O governo também pode restringir ou suspender determinadas liberdades públicas, como o direito de reunião e a inviolabilidade de domicílio. A capital peruana já esteve parcialmente sob o estado de emergência entre março e julho, após o assassinato de um popular cantor de cúmbia cometido por assassinos de aluguel. Em Lima e Callao vivem mais de 10 milhões de pessoas.

“Compatriotas, a delinquência cresceu de maneira desmesurada nos últimos anos, causando enorme dor a milhares de famílias e também prejudicando o progresso do país”, disse Jerí em sua mensagem de menos de três minutos. “Mas isso acabou. Hoje, começamos a mudar a história na luta contra a insegurança no Peru”, acrescentou Jerí. A medida é a primeira ação de envergadura adotada pelo governo em suas quase duas semanas no poder, em um país que tem a segurança pública como uma de suas preocupações principais.

“Passamos da defensiva para a ofensiva na luta contra o crime, uma luta que nos permitirá recuperar a paz, a tranquilidade e a confiança de milhões de peruanos”, indicou o presidente, rodeado por seus ministros. As autoridades tinham adiantado em 16 de outubro que um estado de emergência seria implementado em Lima diante da violência do crime organizado, que motivou protestos maciços com saldo de um morto por um policial e mais de 100 feridos entre efetivos das forças de segurança e civis.

No dia 15 de outubro, as manifestações lideradas por jovens derivaram em fortes enfrentamentos nas imediações da sede do Congresso. Milhares de pessoas protestaram nesse dia contra a insegurança, o Congresso e o governo recém-instalado de Jerí. Os problemas no âmbito da segurança pública levaram à destituição no Congresso da então presidente, Dina Boluarte, no dia 10 de outubro.

Desde 2024, o Peru vivencia um aumento da violência urbana com uma onda de extorsões que colocou a insegurança como a principal preocupação da população, segundo as pesquisas. As denúncias de extorsão passaram de 2.396 em 2023 para 15.336 em 2024 no país andino, um aumento de 540%. Lima lidera essa estatística, segundo dados oficiais.

Redação com web

Comentários

0 comentário(s)

Já tenho cadastro

Entre com seus dados para comentar.

Esqueci minha senha

Quero me cadastrar

Crie sua conta de leitor para participar das discussões.

Seja o primeiro a comentar esta notícia.

Notícias relacionadas