
PM vai investigar policiais que cantaram exaltação ao Massacre do Carandiru em vídeo nas redes sociais
A Secretaria da Segurança Pública afirmou que a conduta dos policiais que aparecem nas imagens não condiz com as práticas da Instituição; 21 agentes participaram da ação.
A Polícia Militar vai investigar os policiais que aparecem em um vídeo cantando uma música de exaltação do Massacre do Carandiru. O inquérito será realizado pelo Comando do Policiamento de Choque.
A Secretaria da Segurança Pública afirmou que a conduta dos policiais que aparecem nas imagens não condiz com as práticas da Instituição e medidas cabíveis serão tomadas.
O vídeo foi postado em uma rede social e já foi apagado. Ele começa com um grito de guerra. Em uma roda, um soldado lidera o coro, repetido pelos demais militares que acompanham a ação sorrindo e batendo palma. 21 agentes participaram da ação.
Além deles, outras pessoas aparecem ao fundo assistindo ou filmando o momento em que eles cantam o hino. Parte da música que foi cantada por eles:
Hoje eu te apresento o 1º Batalhão
Aquele que acalmou a Casa de Detenção [Carandiru]
1992, logo pela manhã, o clima já era tenso
A caveira já estava sorrindo para o detento
Lá só tinha lixo, a escória, na moral
Foi dado ‘pista quente’ para derrubar geral
O Massacre do Carandiru aconteceu em 1992, quando a Polícia Militar invadiu a Casa de Detenção na Zona Norte da capital para tentar conter uma rebelião de presos. Ela terminou dentro do presídio com 111 mortos a tiros ou facadas.
Os PMs alegaram ter atirado em legítima defesa para se proteger dos presos que estariam armados com revólveres e facas.
A Justiça do Estado de São Paulo condenou 74 policiais militares pelos assassinatos de 77 detentos entre 2013 e 2014. Nenhum deles foi preso.
Em 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro concedeu um indulto a policiais condenados por crimes praticados há mais de 30 anos que não eram considerados hediondos na época. A constitucionalidade dele ainda será analisada pelo Supremo Tribunal Federal.