
PM-AL expulsa cabo e soldado por cobrança de propina para liberar motoristas irregulares em blitz
Investigação apontou que policiais exigiam que condutores pagassem, em dinheiro vivo ou PIX, para evitar aplicação de multas. Um terceiro militar foi punido com prisão.
O Comandante Geral da Polícia Militar de Alagoas expulsou um cabo e uma soldado da corporação após uma investigação interna apontar que os militares cobravam pagamento em dinheiro vivo ou por meio de pix para não punir condutores flagrados em irregularidades de trânsito. A decisão foi publicada no Boletim Geral Ostensivo dessa quarta-feira (18).
Os militares eram lotados no Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) e foram presos em 2021 em uma operação do Ministério Público Estadual (MP-AL), com apoio da Polícia Militar, para coibir o esquema de propina.
Segundo a apuração da PM, o cabo era o chefe da organização criminosa, da qual também fazia parte a soldado, e tinha "a finalidade de abordar condutores de veículos, com possíveis irregularidades de trânsito, a fim de solicitar vantagem ilícita para deixar de realizar suas atribuições policiais, no cumprimento das normas do Código de Trânsito Brasileiro (CTB)".
Além disso, a investigação apontou que as transferências bancárias realizadas por meio de PIX eram feitas para "uma conta aberta somente para este fim, incorrendo, em tese, nos crimes de corrupção passiva e lavagem de capitais".
Outro cabo foi punido com prisão porque sabia dos crimes praticados pelos colegas de farda, mas não os denunciou à autoridade superior. Não há informação sobre o tempo de prisão deste militar.
Como a investigação apontou que o terceiro policial não participou da cobrança de propina, apenas foi omisso, ele permanece na corporação.