
Noivo com câncer morre 10 dias após se casar no hospital em AL
Verônica Lima e Cleilson Correia se casaram no Hospital Ênio Ricardo Gomes (HMERG), em São José da Tapera, onde ele estava internado. Ele deixou esposa e uma filha de 3 anos.
"Ele tinha o sonho de ver a companheira vestida de noiva". Esse o relato da administradora do Hospital Ênio Ricardo Gomes, Michely Cardoso, sobre o casamento do paciente Cleilson Correia da Silva Monteiro, que tinha câncer terminal, com Verônica dos Anjos Lima. O casal já morava junto há 5 anos, mas oficializou a união em uma cerimônia no dia 24 de março. Cleilson faleceu neste domingo (2), 10 dias após o casamento.
Mesmo no hospital, o casamento teve tudo o que uma cerimônia na igreja tem: padre, decoração, bolo, roupa social, vestido de noiva e muito amor.
"Ele veio com diagnóstico de câncer terminal, estava muito fraco. Fez amizade com a equipe e disse que tinha o sonho de casar. Eu não pensei duas vezes e, junto com a noiva e a equipe, organizamos em 48 horas esse casamento mágico", disse Michely.
A administradora do hospital explica que a preparação do paciente para a cerimônia foi mais delicada, porque ele já estava bastante debilitado. "Ele fez fisioterapia, os médicos administraram medicação e ele se sentiu melhor para descer para o pátio, onde ocorreu a festa. Ele ficou emocionando vendo a filha de 3 anos e a esposa. Ele comeu de tudo e, apesar de triste pela sua condição de saúde, ele realmente estava realizado".
Cleilson faleceu devido às complicações do câncer. O enterro ocorre no cemitério local de São José da Tapera. "Ele morreu e levou a sua alegria. A sua esposa ficou desolada com a sua partida e chegou a passar mal no hospital", relatou Michely.
O diagnóstico tardio
Cleilson Correia trabalhava na construção civil e há cerca de 1 ano e meio levou uma pancada na perna, mas demorou para procurar atendimento médico. "Quando ele procurou [orientação médica], já estava com câncer ósseo, precisou amputar a perna e depois tudo foi complicado, ele descobriu uma metástase", disse a administradora.
Para o tratamento, Cleilson precisou ir para vários hospitais, e no último, os médicos disseram para ele ficar em casa. "A família não tinha condições financeiras para o tratamento em casa, então ele ficou no hospital, com uso do respirador e com todo o suporte necessário da nossa equipe", explicou.
"O amor acalenta a dor e as incertezas diárias de quem luta contra o câncer. Era nítido ver o amor dele com a esposa e a filha. Eles sabiam que a passagem dele na terra estava acabando, mas o amor transbordava. Renovaram a minha fé", afirmou Michely.