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“No bunker você não sabe que hora sair”, diz brasileiro que fugiu de Israel
Fronteira de Israel com a Jordânia • Cortesia
Brasil/Mundo

“No bunker você não sabe que hora sair”, diz brasileiro que fugiu de Israel

Cnn Brasil

Empresário participaria de uma conferência em Jerusalém no dia em que a primeira rodada de ataques do Irã começou

O brasileiro Rafael Eliasquevitch Mantovani, de 45 anos, estava em Israel no momento em que o conflito com o Irã começou, durante a madrugada da última sexta-feira (13).

Mantovani, que participaria de uma conferência na Universidade de Jerusalém, precisou sair do país pela Jordânia, após o início dos ataques.

“Você fica no bunker não sabe a hora que vai sair, se aconteceu algo na região que você está. […] Quando acabava o perigo você podia voltar para o seu quarto… mas quem consegue dormir depois disso?”, relatou à CNN.

Na madrugada do ataque, o empresário contou que recebeu um alerta do governo israelense sobre a ofensiva, afirmando que haveria uma resposta do Irã.

Hospedado em um hotel em Jerusalém, o empresário conta que recebia informações pelo celular e se abrigava no bunker que havia na hospedagem, enquanto estudava formas de sair do país.

O aeroporto de Tel Aviv foi fechado, assim como o espaço aéreo do país, em decorrência da ameaça de mísseis e drones.

“O aeroporto ficou e está fechado por muito tempo. Agora, só tem a nova previsão de abertura, na segunda-feira (23) que vem, mas todo mundo acha que isso não vai acontecer”, disse.

No domingo (15), após dois dias de trocas intensas de ataques, Mantovani foi para o sul de Israel, onde passou a noite, e na segunda-feira (16) pela manhã, cruzou a fronteira para a Jordânia.

Ele conta que foi para a cidade de Acabá, e depois seguiu em direção a capital da Jordânia, Amã, onde fica o aeroporto.

"Então eu desci para depois subir. É um pouco estranho, mas era a forma mais segura de se fazer isso".

Partida da Jordânia

Ainda na segunda-feira, o empresário conseguiu partir da Jordânia em direção a Doha, capital do Catar. Mantovani disse que havia outras pessoas com ele no voo, que também fugiram de Israel em meio aos ataques e buscavam retornar aos próprios países.

“Ficou nítido que havia uma pressa muito grande em decolar o avião, pois fecharam as portas, saíram do portão de embarque e andaram bem rápido até a pista de decolagem”, informou.

Segundo ele, a aeronave se manteve numa altitude muito baixa por cerca de sete minutos, e só depois começou a aumentar. “O avião desceu para o sul antes de seguir para Doha, nitidamente evitando passar pela região com incidência de mísseis”.

Do Catar, Mantovani partiu para os Estados Unidos nesta terça-feira (17), onde encontrará a mulher e a filha e de lá voltarão para o Brasil.

Os dias em Israel

O empresário relatou que o governo israelense cancelou todas as atividades do país, durante os dias em que esteve lá.

“Desde sexta-feira não tem aula, ninguém trabalha. É como se fosse aquele início da Covid, só coisas essenciais mesmo abertas em Israel”, afirmou.

Mantovani conta que conversou com alguns israelenses, notando que o país se limita a dar informações à população, falando somente sobre proteção. Outras orientações, como atualizações sobre o aeroporto, não foram fornecidas.

Cnn Brasil

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