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Menos emprego e prejuízos: como a violência afeta a economia do Rio de Janeiro
Divulgação
Polícia

Menos emprego e prejuízos: como a violência afeta a economia do Rio de Janeiro

Redação com web

A operação policial contra o Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, deixou 117 mortos e 113 presos, evidenciando a grave crise de segurança que também afeta a economia do estado. Segundo o economista Bruno Imaizumi, o Rio foi a segunda capital com menor crescimento na criação de empregos formais entre 2020 e 2025, e perde até R$ 11,48 bilhões por ano com a violência — o equivalente a 0,9% do PIB estadual. Especialistas apontam que a falta de integração entre segurança pública e economia, somada a decisões políticas de curto prazo, agrava o problema.

Nesta semana a cidade do Rio de Janeiro viveu dias de medo e insegurança. Uma operação da Polícia Militar contra o Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão terminou com 113 detidos e um saldo de 117 mortes, sendo quatro policiais militares. 

Além do impacto na segurança, a violência e a guerra entre o poder público e o crime organizado impacta na geração de empregos e no crescimento econômico do segundo maior estado do país.

+Número de desempregados no Brasil é o mais baixo já registrado pelo IBGE

De acordo com levantamento do economista Bruno Imaizumi, da 4intelligence, usando dados do Caged, a cidade do Rio de Janeiro foi a segunda que menos cresceu em criação de empregos formais entre janeiro de 2020 e agosto de 2025, com 16,6%, só atrás de Porto Alegre, que teve um crescimento de 13,4% no período. A média brasileira no período analisado é de um crescimento de 23,1%.

 

“A segurança pública é uma das variáveis estruturais, junto com infraestrutura e educação, que ajudam ou prejudicam um estado em diversos indicadores, incluindo o mercado de trabalho. No RJ, por exemplo, é preciso investir em sistemas de monitoramento e nas chamadas ‘taxas de segurança’, pagas para a milícia, o que pode atrapalhar muitos investimentos”, explicou. 

https://www.linkedin.com/posts/bruno-imaizumi-463647197_emprego-mercadodetrabalho-segurancapublica-activity-7389254775823040512-exyN?utm_source=share&utm_medium=member_desktop&rcm=ACoAAAURyw4BKa0k5GSEUBpPjPkewi6xc9we-vQ

Menor crescimento do PIB e prejuízo bilionário

Não são só os dados de geração do emprego que estão abaixo no Rio de Janeiro. De acordo com levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o estado tem prejuízo de até R$ 11,48 bilhões por ano em sua economia por conta de crimes violentos. Isso significa 0,9% do PIB anual do estado.   

O cálculo leva em conta os gastos com segurança pública e o impacto da violência no faturamento das empresas.

O Rio de Janeiro também foi o que teve o menor crescimento do PIB entre 1985 e 2019, com médio anual de 1,5% contra 2,3% do Brasil, de acordo com Sistema de Contas Regionais do IBGE. 

Questões políticas afetam negativamente 

A falta de uma visão integrada entre segurança pública e economia pelos governantes também é apontada por Imaizumi como prejudicial a esse debate e que fatores políticos e eleitoreiros fazem com que falta objetividade na adoção de políticas eficazes nesse sentido. 

“Investimentos estruturais nessa área não trazem retorno de curto prazo e os resultados de longo prazo nem sempre trazem benefícios individuais aos governantes que estão pensando mais na reeleição. Isso leva a um descompasso entre o tempo de efetividade da política estrutural e o tempo necessário para o governante obter bom desempenho e aprovação popular”, encerrou. 

Redação com web

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