
Lula volta a defender adoção de moedas locais para comércio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta terça-feira (22), na África do Sul, onde participa da XV cúpula dos Brics, o comércio em moedas locais e mudanças no Conselho de Segurança da ONU.
“Nós defendemos uma unidade de referência, na verdade é uma moeda que seja referência para que você não precise de uma moeda de outro país. Por que eu faço negócios com a China e preciso ter dólares?”, perguntou Lula no programa semanal “Conversa com o Presidente”.
“O Brasil e a China têm tamanho suficiente para fazer negócios em suas moedas, ou em outra unidade de conta que possamos usar”, acrescentou ele.
Segundo o petista, “sem negar nossa moeda, podemos criar uma moeda de comércio exterior, depois os bancos centrais fazem os ajustes”.
“O que é importante é que não podemos depender de um único país que tem o dólar, que liga a maquininha para fazer dólar, não é correto, é isso que precisamos discutir. Isso não é negar o dólar, o dólar continuará sendo uma moeda importante”.
O líder progressista falou da necessidade de impulsionar mudanças no Conselho de Segurança da ONU, tema que também será discutido na cúpula dos Brics, onde há dois membros: Rússia e China.
“Os Brics não querem tirar nada de ninguém, os Brics querem tornar o mundo mais igual do ponto de vista das decisões políticas, por exemplo, a questão do Conselho de Segurança da ONU e os membros permanentes”, afirmou.
“Por que o Brasil não pode entrar no Conselho? A Índia, África do Sul, Alemanha, Índia. Quem disse que são os mesmos países que foram colocados lá em 1945 e continuem lá? O mundo mudou”, enfatizou.
De acordo com Lula, “hoje as guerras são decididas sem que ninguém participe”. “Não só a guerra na Ucrânia, é a guerra dos EUA contra o Iraque, da França e Inglaterra contra a Líbia”, completou. (ANSA).