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Lula anuncia crédito para classe média e critica Congresso por derrubar MP que ampliaria arrecadação
Foto: Ricardo Stuckert / PR
Política

Lula anuncia crédito para classe média e critica Congresso por derrubar MP que ampliaria arrecadação

CBN

Reestruturação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou em São Paulo uma reestruturação do modelo de crédito imobiliário do governo, que deve viabilizar mais recursos para o financiamento habitacional voltado à classe média.

A medida aumenta o limite para financiamento de imóveis de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões. O modelo prevê utilização de recursos da poupança e limita a taxa de juros a 12% ao ano. Com a mudança, a Caixa Econômica Federal vai financiar até 80% dos imóveis.

Ao defender o programa voltado à classe média, que não é contemplada pelas primeiras faixas do MCMV, Lula fez críticas ao Congresso Nacional, que nesta semana derrubou a Medida Provisória que previa aumento de arrecadação e permitiria ao governo fechar as contas do ano que vem dentro da meta.

 

"Não é possível a gente achar que quem ganha R$ 5 mil classe média. Quem ganha até R$ 5 mil não pode ser chamado de classe média. Se o cara pagar aluguel e ele tiver um filho na escola, ele mal e porcamente sobra para ele comer. É esse país que nós estamos governando e é esse país que a gente manda um projeto de lei, depois de acordado no Congresso Nacional, para as pessoas que ganham acima de 600 mil, acima de 1 milhão, pagar uma merrequinha a mais para que a fintech pague um pouco mais, para que a bet pague um pouco mais e que eles votam contra o que esse dinheiro poderia ser para você fazer com que a gente tivesse um pouco mais de política de inclusão social."

 

O presidente Lula também reclamou de críticas e cobranças ao governo sobre a questão fiscal, o que ele chamou de indústria de jogar desconfiança na sociedade brasileira, e afirmou que ninguém trata as contas públicas com mais responsabilidade do que quem está no governo.

A MP que compensava a perda de arrecadação com a derrubada do decreto do IOF não foi sequer votada e na quarta os deputados retiraram proposta da pauta.

Integrantes do governo consideram que houve uma articulação do Centrão com o bolsonarismo para impor essa derrota a Lula num momento de alta na popularidade do presidente, antecipando a disputa eleitoral do próximo ano.

O ministro da Fazenda Fernando Haddad, que nos últimos dias trocou acusações com o governador Tarcísio de Freitas, voltou a falar do tema, afirmando que "não se ganha eleição sabotando o país" ou "impedindo o governo de fazer o bem".

As declarações aconteceram durante um evento do setor imobiliário em São Paulo, que também contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, do ministro das Cidades, Jader Filho, além dos presidentes da Caixa Econômica Federal e do Banco Central.

 

Diante de plateia formada por empresários do ramo imobiliário, Lula fez um relato em tom de brincadeira sobre a ligação que teve na semana passada com o presidente americano Donald Trump.

 

"Ele é oito meses mais novo do que eu, portanto, eu tenho idade de falar mais grosso com ele. Aí, eu me explico. Olha, nós dois, com 80 anos, e governamos as duas maiores democracias do Ocidente, a gente não pode passar discórdia, desavença, para o restante do mundo, cara. Precisamos passar harmonia, precisamos conversar e colocar as coisas até de divergência. Vamos colocar na mesa, sentar e conversar. Não tem tema proibido para conversar comigo. Eu sou corintiano, mas tenho muito amigo palmeirense."

 

Lula afirmou ainda que quem acha que "lamber botas ajuda, vai cair do cavalo", e que a relação entre Brasil e Estados Unidos, que pra ele nunca deveria ter sido truncada, foi restabelecida após a conversa com Trump.

CBN

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