Justiça mantém condenação de Flordelis; filhos adotivos e neta serão julgados novamente
Desembargadores também mantiveram a condenação de uma filha biológica da ex-deputada pela morte do pastor Anderson do Carmo, ocorrida em 2019
A Justiça do Rio de Janeiro decidiu manter a condenação da ex-deputada Flordelis dos Santos de Souza a 50 anos de prisão pela morte do marido Anderson do Carmo, ocorrida em 2019.
O Judiciário também determinou que Marzy Teixeira e André Luiz de Oliveira –filhos adotivos de Flordelis– e Rayane dos Santos (neta biológica dela) passem por um novo julgamento sobre a participação na morte do pastor Anderson do Carmo.
Em novembro de 2022, os três haviam sido inocentados do envolvimento no crime. Segundo os desembargadores da 2ª Câmara Criminal do Rio, no entanto, a decisão teria sido contrária à prova dos autos.
Flordelis foi considerada culpada pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado, uso de documento falso e associação criminosa armada.
Na mesma sessão, os desembargadores também mantiveram a condenação de Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica de Flordelis, a 31 anos e 4 meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado e associação criminosa armada.
A decisão também manteve as penas de Carlos Ubiraci Francisco da Silva, filho afetivo, e Adriano dos Santos Rodrigues, filho biológico da ex-parlamentar.
A CNN entrou em contato com a defesa de Flordelis, que enviou uma nota.
A defesa de Flordelis, capitaneada pelos advogados Rodrigo Faucz e Janira Rocha, informa que continua confiando no Judiciário para reconhecer as nulidades patentes que ocorreram no júri da ex-deputada.
Já em relação ao André, Rayane e Marzy, não ocorreu qualquer nulidade, sendo que a absolvição se deu pela apresentação de provas irrefutáveis da inocência dos três.
Assim, a anulação do julgamento deverá ser revista pelas cortes superiores.
Por último, a defesa espera que o Superior Tribunal de Justiça reconheça a necessidade de se garantir um julgamento justo, apesar do apelo midiático do caso.
Relembre o caso
O pastor Anderson do Carmo, de 42 anos, foi morto a tiros na madrugada de 16 de junho de 2019, na garagem da casa onde morava com a família em Pendotiba, na cidade de Niterói, região metropolitana do Rio.
Flordelis e mais 10 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público (MP) pelo assassinato. Na época, a então parlamentar não teve sua prisão pedida por conta da imunidade parlamentar, mas ela acabou, depois, perdendo o mandato.
Segundo o MP, dos 55 filhos biológicos e adotivos da pastora, sete estão envolvidos no crime, além de uma neta e outras duas pessoas. No documento, o MP também cita que, por diversas vezes, Flordelis tentou manipular as testemunhas do processo que investiga a morte de Anderson do Carmo.