Israel anuncia retomada do cessar-fogo após bombardeios em Gaza
O Exército de Israel anunciou a retomada do cessar-fogo em Gaza após intensos bombardeios que deixaram mais de 100 mortos, incluindo 35 crianças, em resposta a supostas violações do Hamas. Israel afirmou ter atingido dezenas de alvos e 30 combatentes, enquanto o Hamas negou ter atacado tropas israelenses e acusou o país de romper a trégua. Apesar da escalada, o presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que “nada vai ameaçar o cessar-fogo”, defendendo o direito de Israel de reagir a ataques contra seus soldados.
O Exército israelense anunciou nesta quarta-feira (29) que retomou o cessar-fogo em Gaza após uma série de bombardeios contra dezenas de alvos desde terça-feira. “Após uma série de bombardeios, nos quais foram atingidos dezenas de alvos terroristas e (combatentes) terroristas, as FDI (Forças de Defesa de Israel) começaram a aplicar novamente o cessar-fogo em resposta às violações do Hamas”, afirmou o Exército em um comunicado.
“Como parte dos ataques, as FDI e o Shin Bet (serviço de inteligência interno) atingiram 30 terroristas que ocupavam postos de comando dentro das organizações terroristas que operam na Faixa de Gaza”, acrescenta a nota.
Mortos no bombardeio
Mais de 100 pessoas morreram em Gaza nas últimas horas em bombardeios israelenses, após Israel acusar o Hamas de atacar suas tropas, apesar da declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que “nada vai ameaçar” a trégua.
Segundo a agência de Defesa Civil do território palestino, entre os 101 mortos estão 35 crianças, além de mulheres e idosos. Quase 200 pessoas ficaram feridas.
Mais cedo, o porta-voz da Defesa Civil, Mahmud Basal, disse à AFP que a situação em Gaza é “catastrófica e aterrorizante”.
Israel começou a bombardear novamente a Faixa de Gaza na terça-feira, 28, após acusar o movimento islamista Hamas de atacar seus soldados no território palestino, sem especificar onde, em violação à trégua.
O Hamas negou ter atacado soldados israelenses em Rafah, no sul de Gaza, e reafirmou seu compromisso com o cessar-fogo. O Exército israelense confirmou nesta quarta-feira, 29, que o soldado Yona Efraim Feldbaum, de 37 anos, morreu em combate no sul de Gaza.
Apesar dos novos bombardeios, Trump declarou nesta quarta-feira que “nada vai ameaçar o cessar-fogo”. Ao conversar com jornalistas a bordo do avião presidencial Air Force One, Trump defendeu o direito de Israel de atacar Gaza se algum de seus soldados for atacado.
O Hamas, que assumiu o poder em Gaza em 2007, acusou Israel de “violações” ao acordo de trégua e anunciou o adiamento da entrega do cadáver de um refém, inicialmente prevista para terça-feira.
Israel também acusa o movimento islamista palestino de violar o acordo por entregar restos mortais do refém Ofir Tzarfati, cujo corpo, em parte, já havia sido recuperado pelo Exército israelense, e não de outro refém, como estava previsto.