Gols, crises e ligação proibida: o que a montanha-russa de Neymar aponta para 2026
Há movimentos no esporte que ultrapassam o campo e se tornam indicadores de mercado. A volta de Neymar Jr. ao Santos, em 2025, foi um desses episódios. Mais do que um retorno esportivo, representou uma tentativa estratégica de reconstrução de marca, imagem e legado. O atleta que movimentou cifras bilionárias na Europa passou o ano em um processo de reposicionamento: de estrela global para patrimônio emocional do futebol brasileiro.
O impacto financeiro foi imediato. O Santos registrou aumento nas vendas de camisas, engajamento recorde nas redes e novas parcerias comerciais. Marcas históricas como a PUMA e o Mercado Livre associaram suas campanhas ao simbolismo do retorno. No entanto, sob o brilho do marketing, os números revelaram certa instabilidade. Mas o roteiro, como tantas vezes na carreira de Neymar, foi atravessado por imprevistos. Lesões musculares em sequência interromperam o ciclo de ascensão e reacenderam um debate antigo, o de um corpo que, por vezes, não acompanha o talento que o habita.
Infelizmente, essas pausas forçadas desviaram o foco esportivo e reduziram sua presença em campo, num momento em que a constância seria crucial para consolidar o recomeço. Ainda assim, o público reagiu com uma mistura de empatia e frustração, reconhecendo o esforço visível de quem tenta equilibrar o físico, a carreira e a imagem.
No plano corporativo, Neymar continua sendo um ativo de alto valor. Seu nome mantém poder de conversão e permanece entre os mais mencionados e comercialmente relevantes do continente. O ativo reputacional, no entanto, oscilou. Entre momentos de euforia popular e desgastes pontuais, o jogador experimentou a complexa equação de quem precisa reafirmar performance sem perder o brilho midiático que sustenta sua influência.
O Glow Score, índice que mede Relevância, Influência e Reputação, mostrou que 2025 foi uma espécie de montanha-russa dos números. O craque teve alta visibilidade e forte poder de influência, mas enfrentou queda temporária na credibilidade pública, refletindo a volatilidade de um personagem que o país acompanha de perto, com emoção e julgamento em doses iguais.
A volta ao Brasil revelou um novo Neymar, mais consciente, mais humano e ciente de que o jogo agora acontece também fora das quatro linhas. No esporte e nos negócios, ele segue sendo uma das marcas mais poderosas do país e um exemplo de como o talento, mesmo diante dos imprevistos, continua sendo um ativo em que o mercado e o público insistem em acreditar.
JANEIRO — DE VOLTA PRA CASA
Virada do ano em Dubai, entrevista à CNN sobre amadurecimento e, ao fim do mês, o anúncio triunfal de retorno ao Santos. A família na Vila Belmiro coroou o recomeço.