
Geração Z redefine o valor do trabalho e pressiona por mudanças nas empresas
Até 2030, a Geração Z — composta por pessoas nascidas entre 1997 e 2012 — representará cerca de um terço da força de trabalho global, segundo o estudo Global Talent Barometer 2024 do ManpowerGroup. No Brasil, essa geração já corresponde a 40% dos perfis ativos no LinkedIn. Porém, 68% dos profissionais de RH admitem enfrentar dificuldades em lidar com suas expectativas e comportamentos, conforme revelou um relatório recente da CNN Brasil.
Para Pedro Alves, sócio da Ação Consultoria e especialista em gestão de pessoas, a Geração Z está promovendo uma ruptura positiva, ao desafiar modelos ultrapassados de trabalho e gestão. “Eles não aceitam mais estruturas que ignoram bem-estar, escuta ativa e coerência entre discurso e prática. São exigentes — e com razão.”
Essa nova geração não está apenas interessada em bons salários. Ela valoriza flexibilidade, propósito, diversidade, saúde mental e crescimento real. Segundo um estudo da Forbes, 86% dos jovens da Geração Z esperam que seus empregadores ofereçam oportunidades de desenvolvimento. Além disso, 80% consideram a cultura da empresa decisiva na hora de aceitar ou permanecer em um emprego.
Outro ponto de atenção é o estresse. De acordo com a mesma pesquisa, 52% dos jovens dessa geração relatam níveis altos de ansiedade e pressão no ambiente corporativo, o que reforça a importância de um espaço com segurança psicológica. “Empresas que prometem inovação mas mantêm práticas ultrapassadas acabam afastando essa geração. O futuro do trabalho está sendo redesenhado por eles — e ignorar isso é um erro estratégico”, alerta Pedro.
Pedro Alves lista cinco recomendações práticas para gestores e líderes que querem atrair, engajar e reter os talentos da Geração Z:
Ofereça flexibilidade real
Adote modelos híbridos ou remotos, com horários mais adaptáveis. Essa geração valoriza a autonomia para entregar resultados com liberdade.
Construa um propósito claro e comunicável
Jovens querem trabalhar em empresas que tenham impacto positivo na sociedade e no meio ambiente — e que vivam o que pregam.
Crie um ambiente de escuta ativa e feedback constante
Lideranças que praticam o diálogo e reconhecem contribuições individuais têm maior engajamento da Geração Z.
Promova desenvolvimento contínuo e rápido
Invista em trilhas de aprendizagem, mentorias e planos de carreira personalizados. Eles querem crescer — e rápido.
Cuide da saúde mental da equipe
Implementar políticas de bem-estar, como pausas estruturadas, assistência psicológica e lideranças empáticas, é fundamental.
“A Geração Z quer ser parte da construção de algo. Não se trata mais de cargos ou horários, mas de pertencimento e contribuição. Isso exige um novo olhar, mais humano, mais ágil e mais verdadeiro”, conclui Pedro.