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Estudo descobre molécula que pode ser novo tratamento para alcoolismo
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Saúde

Estudo descobre molécula que pode ser novo tratamento para alcoolismo

Redação com web

Um novo estudo mostrou que o composto MCH11, um inibidor da enzima MAGL, reduziu de forma significativa o consumo e a motivação para beber álcool em camundongos, com efeitos ansiolíticos, antidepressivos e redução da impulsividade, sem prejudicar memória ou locomoção. O medicamento aumentou níveis de 2-AG, modulou genes ligados ao sistema de recompensa e apresentou diferenças de efeito entre machos e fêmeas. Quando combinado ao topiramato, potencializou a redução da ingestão de etanol. Embora promissor como futura terapia contra dependência alcoólica, os autores destacam que ainda são necessários estudos clínicos em humanos.

Um novo inibidor da lipase de monoacilglicerol (MAGL), chamado MCH11, reduziu significativamente o consumo de etanol e a motivação para beber em camundongos machos e fêmeas, segundo estudo recente que também identificou diferenças dependentes do sexo no efeito do medicamento. O composto demonstrou potencial terapêutico contra a dependência de álcool e modulou mecanismos moleculares ligados ao sistema de recompensa do cérebro. 

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O estudo avaliou o MCH11 por meio de uma série de análises farmacológicas e comportamentais, incluindo testes de ansiedade, depressão, cognição e impulsividade. Além de modelos clássicos de consumo voluntário de álcool e autoadministração oral. A substância atingiu concentração plasmática máxima uma hora após a administração e elevou especialmente os níveis de 2-AG, um dos principais endocanabinoides responsáveis pela regulação emocional e da recompensa.

Reprodução / Science Direct

Entre os resultados destacados, o MCH11 produziu efeitos ansiolíticos e antidepressivos sem alterar locomoção e a memória, e diminuiu de forma expressiva comportamentos impulsivos. O consumo e a preferência por etanol caíram nas duas principais estratégias de avaliação: escolha entre garrafas e autoadministração. Quando combinado ao medicamento topiramato, já utilizado clinicamente, houve efeito sinérgico na redução da ingestão.

As análises por PCR revelaram ainda que o composto modulou genes relacionados aos receptores opioides e canabinoides, assim como à tirosina hidroxilase, enzimas e receptores essenciais para o sistema dopaminérgico da recompensa. Os efeitos variaram entre machos e fêmeas, indicando que terapias com moduladores do sistema endocanabinoide podem exigir abordagens específicas por sexo.

Diante da alta taxa de recaída nos tratamentos atuais, que pode atingir 70% em um ano, e do impacto do alcoolismo, responsável por 2,6 milhões de mortes anuais, os autores consideram que o MCH11 representa um caminho promissor para o desenvolvimento de novas terapias. No entanto, reforçam que os resultados precisam ser confirmados em estudos clínicos com humanos.

Redação com web

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