
Entenda como contaminação por metanol pode causar cegueira
Três pessoas morreram e outra continua internada após consumirem bebidas adulteradas com metanol em São Paulo. Diante do aumento das ocorrências, o Ministério Público e o CIATOX, da Unicamp, emitiram alertas. As autoridades suspeitam que bebidas contaminadas estejam sendo distribuídas ativamente na capital e em São Bernardo do Campo.
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Em um dos casos, uma mulher de 42 anos perdeu a visão após ingerir caipirinhas em um bar na cidade de São Paulo.
O metanol, quando ingerido, é metabolizado pelo fígado e transformado em duas substâncias altamente tóxicas: o formaldeído e o ácido fórmico. Essas substâncias atacam diretamente o sistema nervoso central, com destaque para o nervo óptico, responsável por transmitir as informações visuais dos olhos para o cérebro.
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Olhos — Foto: Pixabay
Um fator que agrava a situação é o tempo de manifestação dos sintomas: eles não aparecem imediatamente após o consumo. Os sinais podem surgir entre 6 e 24 horas depois da ingestão.
Apenas 30 ml de metanol, o equivalente a duas colheres de sopa, diluídos em um litro de bebida já são suficientes para causar cegueira.
Os primeiros sintomas são inespecíficos e podem ser confundidos com os efeitos de uma simples ressaca: tontura, fraqueza, náusea e dor de cabeça. Imagine sair com amigos, consumir alguns drinks e, no dia seguinte, acordar com esses sinais, sem saber que se trata de um caso grave de intoxicação por metanol.
O que é metanol?
O metanol é um tipo de álcool altamente tóxico, diferente do etanol (o álcool usado em bebidas). É comumente utilizado como solvente industrial e combustível. O problema ocorre quando o metanol é adicionado de forma criminosa à composição de bebidas falsificadas — prática realizada para baratear custos e aumentar o volume da produção.