
Dia do Idoso: vacinas contra gripe e Covid reduzem risco de infarto e AVC, indicam estudos
Homenagem
Associação de Cardiologia do Estado de São Paulo e Sociedade Europeia de Cardiologia já consideram as vacinas como pilar de prevenção contra doenças cardiovasculares
O Dia Internacional das Pessoas Idosas, celebrado em 1º de outubro, chega este ano acompanhado de boas notícias para a saúde cardiovascular da população 60+: uma dose de vacina pode fazer mais pelo coração do que imaginado, de acordo com revisão publicada na Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. De acordo com estudos, imunizar-se contra gripe e Covid-19 não apenas previne complicações comuns dessas doenças, mas também pode reduzir significativamente o risco de infarto, AVC e outras complicações cardiovasculares¹. O efeito protetor em pessoas que sofreram um infarto, mostra que a vacina contra gripe demonstrou reduzir quase pela metade o risco de morte nos meses seguintes ao episódio².
A revisão reforça as recomendações da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), que orientam a vacinação de idosos e cardiopatas como medida essencial de proteção. Apesar disso, os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que a cobertura vacinal entre adultos, sobretudo idosos, ainda está aquém do ideal em diversos países, inclusive no Brasil³. Outro dado preocupante vem do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe) que revelam um cenário de atenção: entre março e julho de 2025, as hospitalizações por Influenza em pessoas com 60 anos ou mais foram 130% superiores às registradas no mesmo período de 2024. Entre os idosos com 80 anos ou mais, o crescimento chegou a 118%. A gravidade dos quadros também se refletiu nas internações em UTI: aumento de 121% na faixa 60+ e de 117% entre os 80+.4
Esse descompasso evidencia a urgência de ampliar a adesão às vacinas. Para ilustrar o impacto positivo da imunização, destacamos a seguir quatro evidências científicas que comprovam seus benefícios na saúde cardiovascular de idosos e pessoas com comorbidades.
- Vacina contra a gripe pode oferecer proteção que vai além do sistema respiratório
A função da vacina contra o vírus influenza vai muito além da prevenção do agravamento da gripe. Um estudo publicado no New England Journal of Medicine demonstrou que o risco de infarto agudo do miocárdio aumenta mais de seis vezes nos sete dias seguintes a uma infecção por influenza 5. Nesse contexto, a vacinação anual contra a gripe surge como uma estratégia eficaz tanto na prevenção primária quanto na secundária de complicações cardiovasculares ao reduzir significativamente a incidência da infecção que pode desencadear eventos agudos no coração e nos vasos sanguíneos6.
- Pacientes que já tiveram infarto se beneficiam ainda mais da vacinação
O estudo IAMI (Influenza Vaccination After Myocardial Infarction), um ensaio clínico internacional conduzido em 30 hospitais de oito países, investigou se a vacinação contra a gripe poderia reduzir eventos cardiovasculares em pacientes com histórico recente de infarto agudo do miocárdio ou doença coronária estável de alto risco. A vacinação com a dose sazonal da vacina contra influenza foi administrada ainda durante a internação hospitalar, até 72 horas após a intervenção coronariana ou o diagnóstico do infarto7.
Os resultados foram expressivos: houve uma redução de 41% na mortalidade relacionada a desfechos cardiovasculares e uma redução de 28% nos eventos cardiovasculares maiores, que incluem morte por todas as causas, novo infarto e trombose de stent em até 12 meses após a vacinação, quando comparado ao grupo placebo. A vacinação também foi associada a uma tendência de redução na mortalidade geral7.
A robustez dos achados do IAMI foi reforçada por meta-análises recentes, que incluíram esse e outros ensaios clínicos controlados. Essas análises mostram que a vacinação contra a gripe em pacientes com doença cardiovascular está associada a uma redução média de 25% a 28% nos eventos cardiovasculares maiores e cerca de 41% na mortalidade cardiovascular, em comparação com pacientes não vacinados7-8.
- Estar saudável não elimina a importância da vacinação para proteger o coração
Mesmo pessoas saudáveis podem desenvolver complicações após infecções respiratórias. A Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) destaca que a gripe, por exemplo, pode desencadear inflamações que afetam diretamente o sistema cardiovascular. Por isso, a vacinação é uma forma de proteção preventiva que contribui para evitar danos silenciosos, inclusive em quem não tem diagnóstico prévio².
Segundo consenso recente publicado pela ESC, a vacinação deve ser considerada uma nova forma de prevenção cardiovascular, com evidências robustas de que imunizantes contra influenza, COVID-19, vírus sincicial respiratório (VSR) e herpes-zóster reduzem significativamente o risco de eventos cardiovasculares maiores, como infarto e descompensação cardíaca. Essa proteção se estende a pessoas de diferentes perfis, mesmo sem histórico clínico de doença cardíaca².
- Vacinar os idosos contra a gripe ajuda a reduzir hospitalizações e mortes
Pessoas com mais idade também precisam estar atentas a todas as formas de proteção, especialmente por conta da imunossenescência — o envelhecimento natural do sistema imunológico. Esse processo, que ocorre com todas as pessoas ao longo da vida, torna o organismo menos eficiente na resposta a infecções, aumentando a vulnerabilidade a quadros graves e o risco de complicações¹. A ESC reforça que idosos compõem um dos grupos com maior benefício da vacinação, sendo prioridade em recomendações clínicas para proteção cardiovascular².
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