Desmatamento na Amazônia cai 11% e atinge menor nível em 11 anos
Menor taxa
O desmatamento na Amazônia caiu 11% entre agosto de 2024 e julho de 2025, totalizando 5.796 km² de floresta derrubada — a menor taxa em 11 anos e a terceira menor desde 1988. Segundo o Inpe, é o quarto ano consecutivo de redução após oito anos de alta. O Pará concentrou 36% do total desmatado, seguido por Mato Grosso com 27% e pelo estado do Amazonas com 17%.
O governo atribui a redução ao reforço da fiscalização, com operações do Ibama e ICMBio, e a retomada do Fundo Amazônia com a inclusão de novos países. No Cerrado, o desmatamento também apresentou recuo de 11,5% — o menor índice em cinco anos e o segundo ano consecutivo de queda. O Maranhão respondeu por 28% da devastação, seguido por Tocantins e Piauí.
Nos dois biomas, cerca de 2 milhões de hectares de floresta deixaram de ser derrubados desde 2022, evitando a emissão de mais de 733 milhões de toneladas de CO₂ — o equivalente às emissões anuais da França e da Espanha somadas. No último ano, as ações de fiscalização aumentaram 148% no país, segundo dados do governo. De acordo com a ministra Marina Silva é preciso diversificar os mecanismos de combate ao desmatamento à medida que avançam no controle das florestas.
"O ano que vem é preciso conseguir o mesmo resultado, e eu já sei que será mais difícil do que foi esse ano, mas mesmo assim nos sentimos desafiados a fazer com que o desmatamento caia, não só por ação de comando e controle, mas também pela mudança no modelo de desenvolvimento com um novo ciclo de prosperidade. É uma agenda muito densa."
Para a ministra da ciência e tecnologia, Luciana Santos, o impacto dos planos regionais de desmatamento zero na agenda 2030 e o uso de tecnologia de monitoramento devem servir de exemplo para os países que participarão da COP.
"Nós estamos procurando fazer o nosso dever de casa e isso inspira e até nos dá autoridade para que a gente, liderando a COP30 nesse ano, cobre de diversos países do mundo as suas as suas iniciativas para o bem do planeta."
Os incêndios florestais caíram pela metade em relação à média dos últimos sete anos, com o primeiro ano de implementação do Plano Nacional de Manejo Integrado do Fogo.