Clientes da 123 Milhas terão que revisar créditos antes de contestar valores

Clientes lesados pelas empresas do grupo 123 Milhas deverão revisar os créditos que têm a receber após a crise da companhia. O chamado é da Justiça de Minas Gerais. O processo envolve cerca de 800 mil pessoas.

Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, essa fase prévia e obrigatória de revisão precisa ser concluída antes do início das impugnações formais de crédito, que serão analisadas pela 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte.

Para a Justiça, essa etapa tornará o procedimento mais ágil e organizado. A ideia é que divergências sejam resolvidas diretamente na plataforma da Administração Judicial, disponível no site rj123milhas.com.br.

O site está disponível para inclusão de comprovantes de compras — Foto: Reprodução

Os credores devem se cadastrar na plataforma, enviar documentos e preencher formulários para pedir inclusão, alteração ou correção dos valores apresentados. Só depois dessa etapa, prevista para durar 115 dias, serão retomadas as habilitações e impugnações judiciais.

A lista inicial de credores foi divulgada em março de 2025. Em setembro do mesmo ano, uma audiência definiu que todos os pedidos de correção ou inclusão de valores devem passar primeiro por esse processo administrativo digital.

No site rj123milhas.com.br, credores podem solicitar ajustes, registrar divergências e buscar acordos diretamente com as empresas do grupo.

Próximas fases

Assim que o edital for publicado, a Administração Judicial deve divulgar um calendário com todas as etapas e prazos dessa fase prévia. O cronograma estará disponível no site oficial e em outros canais. Ao fim dessa etapa, a Administração Judicial apresentará um relatório com o resumo das tratativas e publicará uma nova lista consolidada de credores.

A estratégia foi adotada devido ao grande número de vítimas. O processo é considerado o maior do país em quantidade de credores.

Crise já dura anos

A crise da 123 Milhas começou em agosto de 2023 e envolve outras empresas do grupo. Com o cancelamento das passagens promocionais, cerca de 800 mil pessoas foram lesadas. Apesar das etapas em andamento na Justiça, a empresa ainda não fez nenhum pagamento aos credores, e não há prazo definido para quitação dos débitos.